Mercado climático pode fazer soja em Chicago buscar os US$ 9,00/bushel; acima desse patamar só com perdas importantes na safra

Publicado em 26/05/2020 17:40 e atualizado em 27/05/2020 06:08
Alta da soja em Chicago está relacionada com melhora da percepção sobre a economia mundial
Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios

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Entrevista com Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios sobre o Fechamento de Mercado da Soja

 

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Os preços da soja subiram na Bolsa de Chicago e fecharam o pregão desta terça-feira (26) com altas de mais de 10 pontos entre os principais contratos. O julho encerrou o dia sendo cotado a US$ 8,47 e o agosto a US$ 8,48 por bushel. 

Segundo o consultor em agronegócio Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, a sinalização de um otimismo sobre a economia global, com os países aos poucos voltando à normalidade depois dos seus picos da pandemia do novo coronavírus, é um dos pontos que favorecem o avanço dos preços. 

Sobe não só a soja, mas o petróleo, e as demais commodities agrícolas. Os atuais patamares, afinais, são patamares baixos e acabam atraindo os compradores, incluindo os fundos investidores. Nesta terça, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou uma nova venda de soja para a China e também ajudou na alta dos futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago. 

Ainda segundo Fernandes, o mercado climático deve intensificar a volatilidade nas próximas semanas no quadro internacional. 

"Se o clima tiver céu de brigadeira, não vejo altas muito fortes em Chicago. Claro que os preços vão subir um pouco mais, o Brasil não tem mais soja para vender, já vendeu uma boa posição para 2021, e a China não tem opção a não ser comprar mais nos EUA, e isso vai ajudar os preços em Chicago. Mas para termos altas importantes em Chicago, romper os US$ 9,00, US$ 9,50 por bushel, teremos que ter problemas de desenvolvimento na safra dos EUA", diz Fernandes. 

Segundo o analista, o mercado não registrará um ano diferente em que há rallies promovidos pelo clima e "o  mundo precisa também da nova safra dos EUA, e ainda estamos falando em uma projeção de oferta". 

MERCADO BRASILEIRO

Nesta terça-feira, os preços da soja no mercado brasileiro foram duramente pressionados por uma nova baixa do dólar. Há cinco sessões consecutivas de queda, com uma baixa acumulada de quase 7% pela moeda americana que, neste pregão, fechou com R$ 5,36. 

Assim, as referências para a soja disponível nos portos passaram a variar entre R$ 105,00 e R$ 108,00 por saca nos portos brasileiros, e de R$ 101,00 a R$ 104,00 para a safra nova, indicativos bem mais baixos do que os registrados nos últimos meses. 

Ainda assim, para Fernandes, o dólar pode voltar a subir dada a atual condição das economias mundial e brasileira e das perspectivas preocupantes, o que poderia trazer preços um pouco mais altos no Brasil, bem como oportunidades que poderiam vir da volatilidade em Chicago promovida pelo clima no Corn Belt. 

Por: Aleksander Horta e Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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