No Oeste da Bahia, produtores estão atentos ao ataque da mosca branca nas lavouras de soja
O clima continua irregular no Oeste da Bahia e preocupa os produtores rurais. Sem chuvas significativas há mais de 16 dias, os agricultores acompanham as previsões alongadas, que não indicam precipitações volumosas para o final de fevereiro e o mês de março. Apesar da apreensão, ainda é cedo para estimar perdas nas produções de milho, soja e algodão da temporada 2015/16.
O engenheiro agrônomo que atua na região, Armando Ayres de Araújo, explica que no caso do milho o plantio foi realizado em três períodos devido ao clima adverso. “O cereal cultivado no final de novembro apresentam boas condições e indicações de produtividade, que deve ficar entre 150 sacas até 170 sacas por hectare”, afirma.
Já as lavouras semeadas no final de novembro e dezembro, ainda precisam de chuvas para a definição da safra. “Esse milho já apresentam problemas de grãos e definição das espigas, temos perdas, mas é difícil de quantificar. Enquanto isso, as lavouras plantadas no final de dezembro também precisam de precipitações para o desenvolvimento das plantas”, ressalta Araújo.
Mesmo com a preocupação, a perspectiva é que o rendimento inicial compense a possível quebra no restante da produção. Nesta safra, a área destinada ao milho caiu de 220 mil hectares, semeados no ano anterior, para 135 mil hectares. “Tivemos um incremento de 5 mil hectares plantados, já que em algumas áreas onde o stand da soja não ficou bom, os produtores acabaram migrando para o cereal”, completa.
Por enquanto, o algodão é a cultura menos afetada nesse momento. A área plantada nesta temporada foi mantida em 240 mil hectares. E a falta de chuvas recentemente contribuiu para a sanidade das plantações.
Em contrapartida, no caso da soja, a ausência de precipitações tem favorecido o aparecimento da mosca branca nas lavouras. O que já aumentou os custos de produção neste ciclo. E grande parte das lavouras está em fase de enchimento de grãos e, consequentemente, precisam de chuvas.
“É precoce falar de perdas, mas as chuvas no final de fevereiro e março serão decisivas para essa produção. E também é preciso ressaltar os prejuízos da temporada anterior, que trouxeram reflexos significativos no ânimo dos produtores para a safra 2015/16 e certamente econômicos. Então, é importante o lucro para cobrir parte da perda da safra 2014/15”, diz Araújo.
Preços
Atualmente, a saca da soja é negociada a R$ 73,00 no mercado disponível. No caso do milho, o valor está em R$ 40,00 a saca, preço historicamente acima da normalidade. A arroba do algodão é cotada a R$ 83,00.