Manutenção da equipe econômica e continuidade das reformas seriam suficientes para manter otimismo

Publicado em 29/05/2017 13:35
Dólar ainda não tem atuais patamares mais altos consolidados, diz economista chefe do Rabobank

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Maurício Oreng - Economista Chefe do Rabobank

 

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De acordo com Maurício Oreng, economista-chefe do Rabobank, a instabilidade política traz uma tensão para o mercado no tocante às reformas que estavam em andamento em Brasília, sobretudo, a Reforma da Previdência. Na medida em que o noticiário político afeta a visão do mercado, a instabilidade também passa para os preços dos ativos e para o câmbio. Oreng visualiza que a dívida pública do país já atingiu 71,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e que o único fator que poderia evitar o aumento desta dívida, para manter um ambiente de normalidade, seria a aprovação dessas reformas.

Neste momento, o cenário político continua incerto e necessita de novos desdobramentos para definir a configuração do governo na próxima semana. Juntamente com o mercado, o Rabobank tenta entender os desdobramentos e como isso pode afetar as reformas. Entretanto, Oreng acredita que as tendências econômicas se mantêm com ou sem Michel Temer. O mercado reagiu de uma forma mais calma do que se imaginava quando este episódio político veio à tona, como lembra o economista-chefe.

Ele aponta ainda que fatores como uma leitura positiva do PIB fazem com que o mercado deposite confiança na equipe econômica como sinal de reconstrução do país. Além disso, a base aliada do governo, com seus partidos principais, se mantém junta e sinalizando interesse em passar essas reformas.

O câmbio, por sua vez, teve uma mudança de patamar em relação ao que vinha sendo praticado anteriormente. Oreng destaca que este é um momento de incerteza e que os vários cenários possíveis são de difícil probabilidade, dado o nível de poucas informações que se tem em relação ao que pode acontecer daqui para a frente. Para ele, não dá para falar que o câmbio está consolidado - e, inclusive, estes patamares podem vir a atingir valores próximos de R$3,10 daqui a dois meses, dependendo dos desdobramentos.

No que diz respeito ao agronegócio, o setor possui um certo isolamento de alguns desdobramentos macroeconômicos, já que a demanda no setor agrícola é menos elástica. Variáveis como a taxa de câmbio são importantes, que podem ir para R$3,50 ou voltar para R$4 se as reformas não passarem. Embora este fator beneficie, em um primeiro momento, os exportadores, o setor pode ser afetado indiretamente pelo contexto econômico do país, que começa a piorar e ter seu lucro comprometido por outras coisas, como a questão do crédito ou o preço dos insumos.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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