Preços do milho param de cair com atraso na colheita de verão e baixa disponibilidade do cereal no mercado interno

Publicado em 02/02/2017 16:28
Mesmo com o fim das chuvas e a retomada da colheita, no curto prazo, volta da demanda pode dar sustentação aos preços do milho
Confira a entrevista de Rafael Ribeiro - Zootecnista - Scot Consultoria

O mercado de milho no Brasil sinaliza uma interrupção da pressão de baixa, que vem operando desde meados de dezembro. O indicador Cepea mostra alta dos preços em São Paulo desde a segunda quinzena de janeiro, um cenário pontual ocasionado por dois fatores chave.

De acordo com Rafael Ribeiro, da Scot Consultoria, as chuvas em excesso em algumas regiões produtoras, o que prejudicou o início da colheita e também uma baixa disponibilidade do milho no mercado, com estoques menores, foram os principais motores para uma alta nos preços.

Ribeiro aponta que, daqui pra frente, o clima deverá ser o principal fator de interferência. Nos próximos dias, as chuvas devem continuar, mas ao final da primeira quinzena deste mês, as chuvas diminuem e a colheita do cereal deve avançar.

Não é, portanto, um cenário de alarme para o mercado, mas um ponto de atenção para os produtores, já que as chuvas, além de prejudicarem a colheita, podem atrasar o plantio da segunda safra.

Hoje, o milho está sendo cotado entre R$35 e R$36 em Campinas (SP). Os contratos para março apontam para R$34, mas entre maio e setembro, com o peso da segunda safra, o mesmo preço deve ser cotado a R$31. Por isso, Ribeiro vê a trava de preços como um fator interessante para cobrir os custos de produção. No entanto, a venda de milho a curto prazo deverá ser estimulada pela retomada da demanda interna, o que pode sustentar as cotações.

Nas exportações, a questão cambial deve diminuir o número de embarques nos próximos meses, em função do dólar e da disponibilidade menor no mercado. O milho da safra de verão no mercado não traria uma tranquilidade, já que os três primeiros meses do ano devem ser de cautela em função da baixa disponibilidade.

Para a segunda safra, há uma expectativa de crescimento de área, estimada em 20% pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O governo já estuda medidas de apoio, como a possibilidade de contrato de opções e compra de AGF, se preparando para uma queda significativa dos preços.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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