Produzindo metade do que consome, SC deve continuar aumentando suas compras de milho
Enquanto em outros estados os produtores estão preocupados com o que fazer com uma grande produção de milho que está prevista, o estado de Santa Catarina, por sua vez, já tem destino certo para o cereal.
O estado, que é o maior produtor de suínos, segundo maior produtor de frangos e quinto maior produtor de leite, produz 3 milhões de toneladas de milho, mas consome 6 milhões de toneladas.
Para Airton Spies, Secretário de Estado Adjunto da Agricultura de Santa Catarina, quanto mais milho o estado tiver, mais valor agregados esses produtor terão. Ele atribui isso ao sucesso do modelo de cadeias produtivas verticalmente integradas.
O déficit de milho, para ele, é um "bom problema", pois indica que o estado, que possui um excelente status sanitário, está firme e forte na sua produção. 29% do Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina corresponde ao agronegócio - desses 29%, 61% são de proteína animal.
O problema enfrentado por eles, no entanto, são os custos de frete. Há um investimento em curso para uma ferrovia, que deve ser de médio a longo prazo, mas a grande questão é que o grão é o único elo que não está amarrado a um sistema totalmente integrado, gerando uma dificuldade maior para se conseguir o produto.
Santa Catarina, por sua vez, não consegue produzir 100% do milho necessário, pois o estado é pequeno e o relevo acidentado não permite mais lavouras. No entanto, até 2020, o plano é colher 10 toneladas de milho por hectare. Atualmente, são 8 toneladas de milho por hectare colhidas.
Spies aponta também que o Brasil está "muito imaturo" em operações de hedge e travas, trabalhando muito no spot e, desta forma, mantendo instabilidade nos preços do mercado, "não trazendo segurança nem para os produtores de proteína e nem de grãos".
Para 2017, as perspectivas são boas. Santa Catarina quer abrir ainda um novo mercado, a Coreia do Sul, mas está exportando bem para outros mercados, como os Estados Unidos, que começou a comprar costelinha suína. "Com agropecuária diversificada, sempre tem resultado maior", diz Spies. "Por conta do agronegócio, o índice de desemprego [do estado] é metade da média nacional".