Na região de Tangará de Serra (MT), colheita do milho safrinha chega a 65% e saca é cotada a R$ 16,00
Até o momento, a colheita do milho safrinha alcança pouco mais de 47% em todo o estado de Mato Grosso, conforme dados reportados pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). Na região de Tangará da Serra, a colheita da safrinha está próxima de 60% da área cultivada nesta temporada.
O presidente do Sindicato Rural do município, Vanderlei Reck Junior, destaca que devido à chegada de uma frente fria na localidade, os trabalhos nos campos estão parados nesse momento. “Temos muita neblina e a palhada do milho fica úmida, com isso, ficamos entre 2 a 3 dias com a colheita paralisada. Contudo, essa é uma situação normal para a nossa região e não chega a ser uma preocupação para os produtores rurais”, afirma.
Em relação à produtividade das lavouras, o presidente ainda sinaliza que os números estão acima do planejamento dos agricultores. Isso porque, devido ao cenário não tão otimista para os preços nesta safra, os agricultores reduziram a área semeada e também os investimentos nas lavouras.
“Mas o clima favorável acabou compensando e temos um rendimento médio entre 100 a 110 sacas de milho por hectare. Já os preços reagiram na nossa região nos últimos dias e agora temos um valor de R$ 16,00 pela saca do cereal, o que pode ser considerado um valor razoável se compararmos com a produção colhida. Entretanto, quando fazemos uma projeção para a próxima temporada isso preocupa, pois os custos estão subindo e a margem fica apertada”, explica Junior.
Até o momento, cerca de 60% da safra de milho da região já foi negociada antecipadamente. “Acreditamos que os preços ainda podem subir, uma vez que temos uma demanda forte e em outras localidades acompanhamos os problemas com o excesso de umidade”, diz o presidente.
Armazenagem
Em Tangará da Serra, os produtores têm utilizado silo bolsa e armazéns para realizar a estocagem do cereal. Contrariamente, em outras regiões no estado, como Sorriso, já há relatos de milho armazenado a céu aberto.
Safra de verão
Ainda na visão do presidente, a preocupação para a próxima temporada é em relação à elevação dos custos de produção. “Temos que melhorar a rentabilidade dos produtores e só temos uma saída para isso que é uma produtividade melhor. Os custos estão mais altos e margem mais ajustada, teremos que torcer para ter um clima favorável na próxima temporada”, ressalta Junior.
Paralelamente, apesar dos custos mais altos, o produtor não deve reduzir os investimentos nas lavouras. A orientação do presidente do sindicato é que os agricultores tomem cuidado com investimentos de médio e longo prazo, como em maquinário e infraestrutura.