Preços dos fertilizantes recuam e relações de troca melhoram consideravelmente para produtor brasileiro

Publicado em 27/09/2022 11:22 e atualizado em 27/09/2022 12:10
Um dos destaques é o Super Simples, que tem relação de troca caindo pela metade. KCl acumula baixa de 13% em um mês e ureia também cede no mercado interno. Negócios com fertilizantes para a safra 2023/24 de soja já começam a ser fechados.
Jeferson Souza - Analista de Fertilizantes da Agrinvest

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Preços dos fertilizantes recuam e relações de troca melhoram consideravelmente para produtor brasileiro

Os preços dos fertilizantes têm recuado no Brasil e as relações de troca têm melhorado consideravelmente nas últimas semanas. "Boa manchete! Depois de um período tão difícil, de tantas incertezas, estamos vendo algumas quedas bem acentuadas para várias matérias-primas (...) O mais importante que está acontecendo no mercado é uma melhora no poder de compra do produtor rural. Isso é muito bom", informa o analista de fertilizantes da Agrinvest Commodities, Jeferson Souza.

Um dos destaques é o Super Simples, que recuou 60% de abril até agora, levando as relações de troca de 20 ara 10 sacas de soja por tonelada do fertilizante, com base no porto de Paranaguá.

Relação de Troca Soja x Super Simples
Gráfico: Jeferson Souza/Agrinvest Comodities

Parte dessas baixas entre todos os grupos de fertilizantes vem com as importações recordes e estoques mais confortáveis no Brasil, enquanto as demanda também está mais continda no país neste momento, contribuindo para este recuo das cotações. No cenário internacional, a Bielorrússia buscando alternativas de escoamento de seu produto - mandando seus fertilizantes por ferrovias para a China e para os portos russos - e a nação asiática voltando às exportações também ajudam para as baixas. 

"Hoje, temos um barco a Bielorrússia com cloreto de potássio esperando para descarregar no porto de Paranaguá. Esse fato não víamos no mercado desde fevereiro deste ano. A oferta global, aos poucos, ela vai se normalizando, e de outro lado no Brasil temos 20% a mais de importação de KCl do que tínhamos no mesmo período do ano passado, considerando de janeiro a agosto", explica o analista.

Com isso, o KCl recuou 13% em um mês e sua baixa acumulada de abril até agora é de 40%. Apesar das baixas, o cloreto de potássio ainda apresenta relações de troca acima da média - uma vez que foi o ponto nevrálgico e mais crítico durante o pico da crise dos fertilizantes - e ainda está, em média, na casa de 24 sacas de soja/tonelada no porto de Paranaguá. "O preço ainda é historicamente alto".  

Neste ambiente e com o mercado um pouco mais adiantado, ainda segundo Souza, os produtores já começam a cotar seus fertilizantes para a safra 2023/24, buscando garantir essas melhores relações de troca que o mercado oferece. "Inclusive com os produtores já concretizando seus negócios. Já vimos esse movimento no Mato Grosso, também em outros estados, e eu destaco o Super Simples, que é a matéria-prima que eu vejo com a melhor relação de troca para a próxima temporada".

No mercado nacional, apesar de toda a volatilidade ainda muito presente no exterior, cedem também, ligeiramente, os preços da ureia. Ainda de acordo com o analista, o movimento é reflexo de menor liquidez neste momento, com os negócios mais tímidos agora, além de melhores estoques no Brasil.

As relações de troca, referência Sorriso/MT, de perto de 75 sacas de milho para um tonelada do nitrogenado, ainda muito volátil. "Ao se acompanhar o gráfico de relação de troca do milho safrinha versus a ureia é extremamente volátil, não é tão um padrão como é o caso do super simples, onde eu vejo uma queda acentuada. Não vejo isso para uma relação de troca da ureia", explica.  

Souza destaca, porém, a importância de monitoramento do furacão que pode alcançar a Flória, nos Estados Unidos, importante polo de produção de fertilizantes no país, principalmente de fosfatados.

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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