Aumentos vão recair sobre os alimentos dos mais pobres, e não vão ajudar a arrecadação do Estado, adverte Roberto Jank Jr.
O aumento do ICMS sobre os produtos agricolas em SP pegou de surpresa os pequenos e micros agricultores paulistas, que, pela primeira vez, estão sendo tributados sobre o que produzem, colhem e vendem. Entre eles, os produtores de hortaliças, frutas, legumes, ovos e leite, (a grande maioria dos agricultores paulistas), que mal sabem contabilizar as consequencias desse aumento.
-- "Mal sabem calcular, e muitos mal sabem ler e escrever", diz Roberto Jank Jr., vice-presidente da Abraleite. "Por isso nem sabem anida dimensionar o estrago que esse aumento nos impostos vai trazer para suas vidas".
Empresário no segmento de produção de laticinios (diretor da Agrindus), Roberto Jank Jr. se espanta com o impacto negativo dessa medida do governador João Dória.
-- "De um lado a crueldade da medida que vai atingir o pequeno produtor, e de outro, o consumidor mais pobre", e complementa: "Mas o que mais me causa estranheza é saber que esse aumento nos impostos não vai trazer beneficio nenhum aos cofres do Estado".
Jank Jr. cita o estudo da FGV (Fundação Getulio Vargas), segundo o qual, de cada 1 Real obtido de receita na arrecadação, outros R$ 2,75 serão deixados de arrecadar pela diminuição da produção e do consumo.
-- "Maior efeito negativo será na energia elétrica, que, para os pequenos (até então isentos da cobrança do ICMS), haverá um aumento de 12%. Em consequencia, haverá diminuição na produção e atraso no desenvolvimento de S. Paulo. É preciso que os dirigentes acordem para este fato", adverte ele..
No entender do vice-presidente da Abraleite (e um dos participantes do "tratoraço" -- movimento de protesto dos agricultores de SP marcado para esta quinta-feira, dia 7), "a manifestação popular tenderá a pressionar a Assembléia Legislativa a rever sua aprovação neste aumento. Certamente haverá um decreto apaziguador, para repor a questão de volta ao bom senso".