Plantio direto oferece retorno se o sistema for 100%, com uma curva de construção de 2/3 anos; desafio é recuperar retrocesso

Publicado em 07/06/2018 10:12
Federação lança nesta quinta (7), em Sorriso (MT), Encontro Nacional que ocorrerá de 1 a 3 de agosto, quando se destacará, entre outros, as principais premissas do sistema: rotação e não apenas sucessão de culturas, revolvimento mínimo do solo e cobertura permanente.
Jonadan Ma - Presidente da FEBRAPDP

Podcast

Entrevista com Jonadan Ma - Presidente da FEBRAPDP sobre os desafios do plantio direto na palha

 

Download
 

O sistema de plantio direto pode trazer mais produtividade, mas os produtores rurais precisam aderir a todos os requisitos da tecnologia na propriedade. Nos primeiros anos de investimentos pode ter uma menor produtividade e só a partir do terceiro o rendimento começar a aumentar.  

De acordo com o presidente da Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (FEBRAPDP), Jonadan Ma, a cultura da soja é que mais utiliza o sistema de plantio direto e está permitindo os avanços das tecnologias neste setor. “Além da revolução verde, essa tecnologia foi à grande revolução na nossa agricultura”, afirma.

Alguns fatores ainda impedem que o sistema do plantio direto se desenvolva e aumente, sendo que para quem faz o cultivo também precisa fazer a rotação de cultura. “Nós estamos aqui no Mato Grosso e sabemos que em grande parte das propriedades cultivam a soja no verão e em seguida o milho no inverno, mas a safrinha não é rotação de cultura e sim sucessão”, destaca.

Outro ponto é o revolvimento mínimo do solo, que precisa ser preservado da maneira mais integra possível. Tendo em vista, que muitos maquinários entram em campo e acabam prejudicando o solo com subsolagem e gradagem. “São coisas que o sistema não permite porque foi a estrutura que foi construída ao longo dos anos, mas tem que olhar cada caso em relação a compactação”, pontua.

A cobertura permanente do solo é um dos fatores principais para realizar o plantio direto, para assim preservar a umidade e a parte física e biológica do solo. “Os agricultores podem reservar 20% da área plantada para cultivar outras variedades. E assim, pode fazer a rotação de cultura nos 80% e após cinco anos terá feito na propriedade inteira”, diz.

Ainda segundo a liderança, para adotar o sistema de plantio direto não é precisa de tanto investimento. “Adotar o sistema não significa utilizar máquinas robustas e sofisticadas, e sim, adotar os conceitos do plantio direto que é a rotação de cultura e cobertura permanente do solo”, salienta.

Nesta quinta-feira (7), a federação vai lançar o 16º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha no Sindicato Rural de Sorriso, ás 19h00, que vai ocorrer entre os dias 01 a 03 de agosto de 2018.

Por: Giovanni Lorenzon e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Especialistas do Congresso ABAG/B3 avaliam o posicionamento do Brasil na transição para uma economia de baixo carbono
Inteligência artificial e inovação otimizam pulverizações no canavial e otimizam custos
Mapa apresenta aos BRICS programa de conversão de pastagens degradadas do Brasil
Socorro aos produtores gaúchos atingidos pela catástrofe depende da análise do Senado para sair do papel
Instituições educacionais trazem foco à gestão e sucessão familiar para ampliar atuação no agro