Açúcar recua em Londres com dados da Índia, mas avança em NY nesta 4ª com financeiro
As cotações futuras do açúcar finalizaram esta quarta-feira (13) com alta leve na Bolsa de Nova York, mas queda em Londres. O mercado oscilou dos dois lados da tabela durante o dia com foco no financeiro e divulgação de dados sobre a safra da Índia.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve valorização de 0,18%, cotado a 21,93 cents/lb, com máxima em 22,18 cents/lb e mínima de 21,36 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato caiu 0,18%, a US$ 614,60 a tonelada.
As cotações do açúcar tiveram ampla oscilação na sessão desta quarta-feira, com ganhos pela manhã e recuperação durante a tarde, mas finalizaram o dia bastante próximos da estabilidade, mas tendência distinta nos dois terminais externos.
Negativamente, os preços acompanham a repercussão dos dados sobre a safra da Índia, segunda maior produtora global do adoçante. Além disso, as oscilações do câmbio contribuíam para as altas registradas durante parte do dia.
Um importante órgão do setor sucroenergético indiano estimou que o país asiático deve produzir 34 milhões de toneladas de açúcar antes da destinação de parte da matéria-prima para a fabricação de etanol no ano comercial de 2023/24.
Anteriormente, a estimativa era de produção de açúcar em 33,05 milhões de t. "Uma maior produção de cana-de-açúcar provavelmente significa uma maior produção de açúcar refinado, dependendo de quanto dessa cana é convertida em etanol", destaca o Barchart.
Por outro lado, os preços do açúcar tiveram suporte importante das altas de quase 3% do petróleo no cenário internacional acompanhando queda nos estoques de petróleo bruto dos Estados Unidos e ataques ucranianos a refinarias russas.
As oscilações do óleo bruto impactam diretamente na decisão de produção das usinas.
No Brasil, ainda repercute a revisão da Datagro em sua previsão de moagem de cana no Centro-Sul na safra 2024/25 para 592 milhões de toneladas. O volume representa uma queda de 9,8% ante o recorde do ciclo anterior, de cerca de 650 milhões de t.
O mercado do adoçante também foi pressionado no dia pelos indicativos de ampla oferta no novo relatório da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), já que 28 unidades produtoras devem reiniciar atividade em março.
MERCADO INTERNO
Com demanda desaquecida no mercado físico, os preços recuam, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP). No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 142,16 a saca de 50 kg com desvalorização de 0,45%.
Nas regiões Norte e Nordeste, o açúcar ficou cotado a R$ 164,17 e queda de 0,19%, segundo dados coletados pela consultoria Datagro. Já o açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 22,98 c/lb com desvalorização de 0,27%.