Açúcar volta a subir em NY e Londres nesta 5ª, mas ainda está longe das máximas de 12 anos
Os contratos futuros do açúcar encerraram a sessão desta quinta-feira (05) com alta moderada nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado permanece atento para as preocupações com a oferta, mas está abaixo das máximas de 12 anos dos últimos dias.
No financeiro, por outro lado, o dia foi de queda expressiva para o petróleo nas bolsas externas e alta do dólar sobre o real.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve valorização de 0,89%, a 26,16 cents/lb, com máxima em 26,41 cents/lb e mínima de 25,77 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve alta de 0,88%, a US$ 697,30 a tonelada.
O mercado do açúcar oscilou dos dois lados da tabela no dia, mas a alta acabou prevalecendo com a contínua atenção dos operadores para as preocupações com a oferta. Apesar de avanço da safra no Brasil, há muita atenção para as origens da Ásia.
"As preocupações com a menor produção global de açúcar provocaram a cobertura de posições vendidas pelos fundos em futuros de açúcar", destacou o site internacional Barchart.
A trading inglesa Czarnikow anunciou nesta semana que espera um déficit global de 3,2 milhões de toneladas na temporada 2023/24. A título de comparação, em setembro deste ano, a entidade previa um déficit bem menor do adoçante, de 1,1 milhão de t.
Além disso, o Serviço Agrícola Estrangeiro (FAS), do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês), disse que a Índia deve produzir na safra atual 33,6 milhões de toneladas de açúcar branco em 2023/24, já que o clima na Índia preocupa.
A produção global em 2023/24 é prevista em 175,6 milhões de t, uma queda de 2,3 milhões de t em relação à previsão de setembro. Segundo a Reuters, esse nível pode não atender às necessidades de consumo, já que há uma crescente na indústria de etanol.
No financeiro, por outro lado, esta tarde é marcada por queda de cerca de 2% do petróleo. As oscilações do óleo bruto impactam diretamente na decisão de produção das usinas por açúcar ou etanol com base na rentabilidade dos produtos.
O dólar operava com leve alta sobre o real nesta quinta-feira e também limitava as altas do adoçante.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar no físico têm tido suporte com atenção ao exterior. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 158,16 a saca de 50 kg com valorização de 0,87%.
Além disso, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP), a oferta de açúcar para o spot paulista permanece restrita com foco na exportação.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 154,64 a saca – estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 26,78 c/lb com alta de 1,12%.