Açúcar recua forte nesta 6ª nas bolsas com petróleo e avanço da safra do BR

Publicado em 10/06/2022 16:28 e atualizado em 13/06/2022 07:47
Unica trouxe produção do adoçante em 2,31 milhões de toneladas na 2ª quinzena de maio no Centro-Sul

Os futuros do açúcar recuaram forte nas bolsas de Nova York e Londres nesta sexta-feira (10). O mercado acompanhou a desvalorização do petróleo e o câmbio, além da divulgação da Unica com maior produção do adoçante do que o esperado no final de maio.

O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 2,26%, cotado a 19,07 cents/lb, com máxima de 19,56 cents/lb e mínima de 19,03 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato recuou 2,49%, a US$ 564,30 a tonelada.

Na semana, o principal vencimento no terminal norte-americano perdeu 2,51%.

O mercado do açúcar perdeu forças mais expressivamente durante a tarde desta sexta-feira depois que a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) divulgou os dados de moagem de cana e produção de açúcar e etanol na segunda quinzena de maio.

No período, a produção de açúcar totalizou 2,31 milhões de toneladas, com queda de 12,74% ante o mesmo período do ano anterior.

Ainda assim, os números ficaram acima do que o esperado pelo mercado para o Centro-Sul. Em pesquisa, a S&P Global Commodity Insights via a produção de açúcar no período em 2,17 milhões de t mesmo com um clima mais favorável aos trabalhos de moagem da cana-de-açúcar.

Por outro lado, o mercado ainda monitora o foco das usinas para a produção do biocombustível.

"Até o momento, 855 mil toneladas de açúcar deixaram de ser fabricadas devido mudança no mix de produção, resultando em um maior direcionamento da matéria-prima para a produção de biocombustível", explica o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.

O mercado também acompanha atentamente o avanço de projetos relacionados aos combustíveis no Brasil.

No exterior, segundo a Reuters, "as fortes exportações e uma perspectiva de melhoria de produção na Índia continuaram a manter os preços sob controle". "Esta é provavelmente uma das razões pelas quais o preço do açúcar não conseguiu ultrapassar a marca de 20 centavos de dólar por libra", disse o Commerzbank em nota.

O dia também foi de pressão no mercado de açúcar devido ao petróleo, que tinha perdas de cerca de 1% nesta tarde. O óleo mais baixo tende a baixar os preços da gasolina e, consequentemente do etanol, fazendo com que as usinas foquem na produção de açúcar.

Além disso, o dólar subia forte sobre o real, o que tende a encorajar as exportações das commodities.

MERCADO INTERNO

A colheita avança no Centro-Sul do Brasil e segue impactando os preços do adoçante no mercado spot. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, caiu 0,46%, a R$ 128,79 a saca de 50 kg.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 154,45 a saca com alta de 0,93%, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 20,41 c/lb e alta de 1,61%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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