Com déficit global estimado de quase 4 mi de t, açúcar dispara nesta 6ª em NY e Londres
As cotações futuras do açúcar dispararam na sessão desta sexta-feira (27) nas bolsas de Nova York e Londres. O suporte no adoçante veio da perspectiva de um déficit global na temporada 2021/22 (outubro-setembro), além das oscilações do financeiro.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve desvalorização de 1,83%, cotado a US$ 20,04 c/lb, com máxima de 20,10 c/lb e mínima de 19,62 c/lb. O tipo branco em Londres saltou 2,14%, negociado a US$ 487,40 a tonelada.
Na semana, o primeiro contrato saltou 2,35%.
O açúcar voltou às máximas de cerca de quatro anos nesta sessão acompanhando a divulgação da Organização Internacional do Açúcar (ISO, em inglês) com aposta de um déficit global na temporada 2021/22 de 3,8 milhões de toneladas.
O volume é maior do que a previsão da ISO de maio de um déficit de 2,6 milhões de t e maior do que a previsão média em uma pesquisa da Reuters divulgada na semana passada de 2 milhões de t.
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"As informações são de que as geadas no Brasil atingiram um milhão de hectares e que o mundo terá um déficit de produção no próximo ano. O consumo de açúcar permanece lento", disse em nota o analista da Price Futures Group, Jack Scoville.
Nesta última sessão da semana, o mercado do adoçante também teve suporte importante do financeiro. O petróleo no cenário internacional chegou a avançar mais de 2% em meio temores com o clima na produção do Golfo do México.
Além disso, o dólar tinha queda sobre o real na sessão e também contribuía para os ganhos do adoçante.
Por outro lado, para o analista da Safras & Mercado Maurício Muruci, houve alguma pressão no mercado futuro do adoçante na semana alinhada com as expectativas para a safra 2022/23, que pode receber mais chuvas do que tem ocorrido nesta.
"Esse número de 530 milhões de t [de moagem na safra atual] deve se recuperar para 570 milhões de t na safra que vem, caso as chuvas da entressafra venham regulares como os mapas estão indicando", disse ele ao Notícias Agrícolas.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar no Brasil completaram o quarto dia seguido de alta na véspera ainda em meio temores com a oferta do adoçante.
Como referência, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve alta de 0,46%, a saca de 50 kg cotada a R$ 136,31.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 133,80 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado do tipo a US$ 19,88 c/lb e queda de 0,26%.