Safra reduz o ritmo e moagem no Centro-Sul atinge 25,77 milhões de toneladas na segunda quinzena de novembro

Publicado em 10/12/2013 09:12

O volume de cana-de-açúcar processado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil atingiu 25,77 milhões de toneladas nos últimos 15 dias de novembro, queda de 9,93% comparativamente ao valor registrado na mesma quinzena do ano anterior (28,61 milhões de toneladas) e retração de 24,44% em relação à quantidade moída na primeira quinzena de novembro deste ano (34,10 milhões de toneladas).
 
Segundo o diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, “a queda na moagem observada na segunda quinzena de novembro se deve a chuva que dificultou a colheita em algumas regiões e, principalmente, ao encerramento da moagem de várias unidades produtoras”. Como já havíamos antecipado, a safra deverá terminar mais tarde para boa parte das empresas este ano, acrescentou o executivo.
 
De fato, até o final de novembro de 2013 aproximadamente 75 usinas haviam encerrado suas atividades, número inferior aquele registrado em igual período de 2012 (94 unidades) e aquém das 246 empresas observadas na mesma data da safra 2011/2012.
 
No acumulado desde o início da atual safra até 1º de dezembro, a moagem no Centro-Sul somou 569,88 milhões de toneladas, aumento de 11,61% em relação àquela observada em igual período de 2012 (510,59 milhões de toneladas).
 
Qualidade da matéria-prima

Na segunda metade de novembro, a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) atingiu 132,75 kg por tonelada de cana-de-açúcar, valor similar aquele observado na mesma data da safra passada (133,20 kg de ATR por tonelada).
 
No acumulado desde o início da atual safra até 1º de dezembro, a concentração de açúcares na cana colhida apresenta retração de 1,53%, totalizando 133,70 kg por tonelada de cana-de-açúcar processada neste ano contra 135,78 kg verificados em igual período da safra 2012/2013.
 
Produção de etanol e de açúcar

Da quantidade total de cana-de-açúcar moída na segunda metade de novembro,  apenas 44,11% destinou-se à produção de açúcar, percentual significativamente inferior aos 49,99% verificados nos primeiros 15 dias do mês e aos 50,51% computados na mesma quinzena da safra passada.
 
Para o diretor da UNICA, “é natural que ocorra uma redução na produção de açúcar no final da safra, mas nesse ano essa queda foi superior ao esperado para a quinzena”. Isso se deve à antecipação de produção observada nas últimas quinzenas, à expectativa de demanda menos aquecida no mercado físico e à melhoria na remuneração do etanol vendido no mercado interno, esclarece o executivo.
 
Essa redução no mix promoveu uma queda de 21,61% na quantidade de açúcar produzida na segunda metade de novembro, a qual totalizou 1,44 milhão de toneladas esse ano contra 1,83 milhão de toneladas registradas na mesma quinzena de 2012. A produção de etanol, por sua vez, alcançou 1,12 bilhão de litros nos últimos 15 dias de novembro, sendo 622,80 milhões de litros de etanol hidratado e 496,11 milhões de litros de etanol anidro.
 
No acumulado desde o início desta safra até 1º de dezembro, a proporção de matéria-prima direcionada à fabricação de açúcar também segue abaixo dos índices observados nos anos anteriores: 45,64% neste ano, frente a 49,82% e 48,57% verificados até igual período de 2012 e 2011, respectivamente.
 
Com isso, o volume produzido de etanol totalizou 24,25 bilhões de litros no acumulado do início da safra 2013/2014 até o final de novembro, alta de 18,95% sobre o valor registrado no mesmo período do último ano. Deste montante, 13,66 bilhões de litros referem-se ao etanol hidratado (crescimento de 14,31% em relação ao mesmo período do ano passado) e 10,59 bilhões de litros ao etanol anidro (aumento de 25,52% sobre os 8,44 bilhões de litros observados na safra 2012/2013).
 
A produção acumulada de açúcar alcançou 33,14 milhões de toneladas até 1º de dezembro deste ano, valor praticamente idêntico as 32,91 milhões de toneladas registradas na safra anterior.
 
Vendas de etanol pelas unidades produtoras

Em novembro, as vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul somaram 2,01 bilhões de litros, sendo 106,23 milhões de litros destinados ao mercado externo e 1,90 bilhões de litros ao mercado interno (alta de 13,24% em relação ao volume vendido em novembro de 2012).
 
No mercado doméstico, o volume comercializado de etanol anidro totalizou 756,80 milhões de litros, ante 601,20 milhões de litros registrados no mesmo mês do último ano. Já as vendas internas de etanol hidratado alcançaram 1,15 bilhão de litros, crescimento de 6,20% sobre o valor apurado no mesmo período de 2012 (1,08 bilhão de litros).
 
Para o diretor da UNICA, “o volume comercializado pelas unidades produtoras em novembro foi expressivo, mostrando que existe potencial de demanda pelo produto”. Esse ritmo de consumo e a queda na produção devido ao encerramento de safra se refletiu em preços mais elevados para o etanol nas últimas semanas, movimento que é natural de mercado e ocorre todos ao anos, acrescentou o executivo.
 
No acumulado desde o início de abril até 1º de dezembro, o montante de etanol comercializado pelas unidades do Centro-Sul atingiu 17,47 bilhões de litros, contra 15,00 bilhões de litros no mesmo período de 2012 (expressivo aumento de 16,51%). Nesse período, as exportações responderam por 2,24 bilhões de litros, enquanto as vendas domésticas apresentaram uma elevação de 23,94% no comparativo com o ano anterior, totalizando 15,23 bilhões de litros neste ano frente a 12,29 bilhões registrados em 2012.
 
O executivo da UNICA esclarece que “nesta safra as unidades produtoras priorizaram a produção de etanol, apesar do aumento da moagem. Não houve nenhum incremento na fabricação de açúcar e o crescimento no volume de etanol produzido deve superar 20% no comparativo com 2012”.
 
Esse aumento na produção de etanol e a retração de quase 20% nas exportações do produto promoveram um incremento em torno de 5 bilhões de litros na oferta de etanol para o mercado interno. “O estoque disponível hoje nas unidades produtoras é suficiente para atender a demanda nos próximos meses nos mesmos patamares observados na última entressafra”, concluiu Padua.

Fonte: Unica

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