Chicago: Soja se recupera e avança, milho e trigo recuam

Publicado em 15/07/2013 08:10 e atualizado em 15/07/2013 11:51

Nesta segunda-feira (15), os futuros dos grãos negociados na Bolsa de Chicago tentam se recuperar e, após fechar o pregão eletrônico do lado negativo da tabela, passaram a operar em alta. Por volta das 11h40 (horário de Brasília), o vencimento agosto/13 subia mais de 20 pontos, valendo US$ 14,50 por bushel. Os demais vencimentos entre 4,50 e 7,25 pontos. 

Ao mesmo tempo, porém, milho e trigo continuavam atuando em campo negativo, com perdas de mais de 10 pontos para as posições mais negociadas do trigo. No milho, perdas de 3 a 5 pontos. 

A incerteza sobre o clima nos Estados Unidos e o impacto que terá sobre as lavouras depois do significativo atraso no plantio acabam tirando a direção dos negócios. Além disso, segundo analistas, mercado também muito atento às informações vindas do financeiro. 

Veja como fechou o mercado na sexta-feira:

Grãos realizam lucros na CBOT e soja fecha com mais de 30 pts de baixa

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago despencaram nesta sexta-feira (12) e encerraram o dia com perdas de mais de 30 pontos nos principais vencimentos. Segundo analistas, o mercado registrou uma correção técnica com um movimento severo de realização de lucros neste final de semana.

Os grãos também fecharam em baixa, porém, com um recuo menos intenso. O milho perdeu mais de 15 pontos nas posições mais negociadas, enquanto as perdas para o trigo foram de pouco mais de 2 pontos. A sessão para os três mercados foi marcada por intensa volatilidade e, durante vários momentos, as cotações trabalharam em campo misto, oscilando dos dois lados da tabela. 

Porém, segundo Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, essa queda não é uma tendência para o mercado, haja vista que os fundamentos para o curto prazo permanecem positivos e há uma grande incerteza sobre o comportamento do clima nas regiões produtoras dos EUA daqui para frente. 

Nesta sexta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 960 mil toneladas de milho para a China com entrega para a safra 2013/14. E, nos últimos dias, a nação asiática comprou ainda mais de de 25 navios do grão norte-americano. 

Assim como Brandalizze, o consultor de mercado Liones Severo, do SIMConsult, afirmou que esse recuo dos preços se deu como consequência de um tradicional movimeno técnico nesse momento.  “Todo mês acontece isso, nesta sexta-feira o mercado deverá fechar nos níveis mais baixos do dia, mas na semana que vem recupera tudo novamente”, afirma. 

Severo também diz que a demanda tem sido um importante pilar de sustentação para as cotações, inclusive com a China não adquirindo só grandes volumes de soja, mas agora também de milho e ainda boas quantidades de trigo, comok já aconteceu nos últimos dias. 

“Eles estão recompondo os estoques, já que existe um déficit de alimentos no mundo e como os chineses têm dinheiro vão se proteger com estoques de garantia. E a diminuição no PIB do país não afeta as compras de alimentos. A China deverá comprar 15 milhões de toneladas de milho”, diz o consultor. 

Além do quadro fundamental, o quadro climático nos Estados unidos também atua como importante fator na formação dos preços dos grãos no mercado internacional.

Novas previsões climáticas indicam tempo quente e seco para as próximas semanas no Corn Belt e, caso se confirme esse quadro, o mercado deverá reagir positivamente. 

No entanto, até o momento, o USDA indica um bom crescimento vegetativo das lavouras e os índices de umidade do solo dentro da normalidade. Porém, logo as plantações deverão entrar em fase de floração e, nessa época, elas não aceitam um calor muito intenso. "Com temperaturas muito quentes pode haver o abortamento das flores e isso pode comprometer a produtividade", explicou Brandalizze.

Por outro lado, Liones Severo afirma que, em alguns locais, as condições das lavouras não são as melhores e, depois do atraso no plantio por conta do clima adverso, diversas áreas tanto de soja quanto de milho podem ser abandonadas nos Estados Unidos. 

“Mas ainda não passamos o momento crítico da safra americana, mas haverá abandono de área, pois a remuneração do seguro garantia é bom e os produtores norte-americanos irão se proteger abandonando as áreas”, diz o consultor sobre a nova safra americana. 

Tags:

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Pátria: Plantio da soja 2024/25 chega a 83,29% da área
Soja tem cenário de sustentação em Chicago agora, principalmente por força da demanda
USDA informa novas vendas de soja nesta 6ª feira, enquanto prêmios cedem no Brasil
Soja opera estável nesta 6ª em Chicago, mas com três primeiros vencimentos abaixo dos US$ 10/bu
Soja volta a perder os US$ 10 em Chicago com foco no potencial de safra da América do Sul
USDA informa nova venda de soja - para China e demaisa destinos - e farelo nesta 5ª feira
undefined