Santander eleva previsões para inflação até 2025

Publicado em 06/04/2023 10:33 e atualizado em 06/04/2023 12:05

SÃO PAULO (Reuters) - O Santander revisou para cima suas projeções de inflação para este ano, citando surpresas altistas em leituras recentes do IPCA e o restabelecimento de impostos acima do nível esperado antes, elevando também as contas até 2025.

 

 

O banco prevê agora uma alta do IPCA de 6,1% em 2023, contra 5,9% antes, o que leva a um impacto maior da inércia para 2024. Segundo relatório do Santander, a inflação no ano que vem passou a ser estimada em 3,9%, 0,02 ponto percentual a mais do que na projeção anterior.

Ambas as estimativas ficam acima da meta oficial de inflação do país, de 3,25% para 2023 e 3,0% para 2024, sempre com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Para 2025, o Santander também elevou a projeção, para 4,5% de 4,0%.

"Nosso cenário não considera explicitamente uma mudança na meta de inflação. Caso ocorra, este fator geraria riscos altistas para a nossa projeção e as expectativas em geral, em nossa visão", disse o Santander em nota assinada pela economista-chefe Ana Paula Vescovi e a equipe de macroeconomia.

Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,84%, depois de ter avançado 0,53% em janeiro, acumulando alta em 12 meses de 5,60%.

Na mais recente pesquisa Focus realizada pelo Banco Central com uma centena de economistas, a expectativa é de que a inflação encerre este ano a 5,96% e o próximo a 4,13%.

A desancoragem das expectativas de inflação tem sido ponto de atenção, com o BC alertando que uma desancoragem mais persistente e prolongada aumenta muito o custo de reduzir a inflação.

Apesar das revisões para cima no aumento dos preços, o Santander segue vendo a taxa básica de juros em 13,0% em 2023, 11,0% em 2024 e 8,0% em 2025. Com a Selic atualmente em 13,75%, o Santander prevê o início da queda dos juros em novembro.

Em relação ao cenário fiscal, o banco ainda reduziu a estimativa de déficit primário do setor público para 2023 para 1,2% do PIB, de 1,4%, citando maiores receitas baseadas na renda e emprego, e com preços ainda elevados das commodities.

"Com a nova regra fiscal proposta, esperamos estabilidade das despesas como percentual do PIB, em 19—20%, com um ajuste fiscal pelo lado das receitas, de forma a reduzir gradativamente o déficit primário", avaliou o Santander.

(Por Camila Moreira)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

S&P 500 e Dow Jones fecham em novos recordes com compra de ações de tecnologia
Dólar cai ante real com notícia de pacote do governo para segurar gastos
Ibovespa sobe e retoma 131 mil pontos com política fiscal no radar
Taxas dos DIs despencam com notícia de que governo prepara pacote para conter gastos
STOXX 600 fecha em pico em duas semanas, com balanços e decisão do BCE em foco
Ibovespa opera estável apesar de Wall Street positivo