Criação de vagas de trabalho nos EUA supera expectativas em maio, taxa de desemprego fica em 3,6%

Publicado em 03/06/2022 11:22

Por Lucia Mutikani

WASHINGTON (Reuters) - A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos superou as expectativas em maio, enquanto a taxa de desemprego permaneceu em 3,6%, sinais de um mercado de trabalho apertado que pode manter o pé do Federal Reserve no freio para esfriar a demanda.

A economia norte-americana abriu 390.000 postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira.

Os dados de abril foram revisados para uma abertura de 436.000 empregos, em vez de 428.000 informados antes.

Economistas consultados pela Reuters projetavam criação de 325.000 postos de trabalho no mês passado. As estimativas variavam de 250.000 a 477.000.

O relatório também mostrou sólidos ganhos salariais no mês passado, esboçando um quadro de uma economia que continua a se expandir, embora a um ritmo moderado.

O Fed está tentando reduzir a demanda por mão-de-obra para domar a inflação, sem elevar demais a taxa de desemprego. A postura monetária falsa do banco central dos EUA agressiva no combate à inflação e o aperto das condições financeiras que a acompanham deixaram os investidores temerosos de uma recessão no próximo ano.

Os economistas estão divididos sobre se a moderação no ritmo de crescimento do emprego se deve ao esfriamento da demanda por mão-de-obra ou à escassez de trabalhadores. Eles incitam os investidores a se concentrarem na taxa de desemprego e no crescimento salarial para avaliar o aperto do mercado de trabalho.

Havia 11,4 milhões de vagas de emprego abertas no final de abril, com quase duas vagas para cada desempregado.

O banco central dos Estados Unidos aumentou sua taxa de juros em 0,75 ponto percentual desde março. A expectativa é de que o Fed eleve a taxa overnight em 0,5 ponto percentual em cada uma de suas próximas reuniões, neste mês e em julho.

A vice-presidente do Fed, Lael Brainard, disse na quinta-feira que vê poucos motivos para fazer uma pausa em setembro.

Embora os alertas de uma recessão estejam aumentando, a maioria dos economistas acredita que a expansão econômica persistirá até o próximo ano. Eles reconhecem que a inflação alta está corroendo o poder de compra dos consumidores e o investimento empresarial, mas argumentaram que os fundamentos da economia são fortes e que qualquer desaceleração provavelmente será suave.

As perspectivas para economia também vêm sendo afetadas pelo enfraquecimento do ambiente global, em parte devido à guerra da Rússia contra a Ucrânia e à política de Covid zero da China.

Fonte: Reuters

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