Governo formaliza inclusão da Petrobras no PPI para estudos de privatização

Publicado em 31/05/2022 08:27

O Ministério de Minas e Energia anunciou na noite de segunda-feira que formalizou ao Ministério da Economia o pedido de inclusão da Petrobras na carteira do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), visando estudos para uma privatização.

"A qualificação da Petrobras no PPI tem como objetivo dar início aos estudos para a proposição de ações necessárias à desestatização da empresa, os quais serão produzidos por um comitê interministerial a ser instituído entre o Ministério de Minas e Energia e o Ministério da Economia", afirmou a pasta em nota.

O movimento está em linha com anúncio anterior do ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, que disse no início do mês que uma das primeiras medidas à frente do cargo seria a solicitação de estudos sobre a desestatização da Petrobras.

"A proposta é oportuna devido à conjuntura energética corrente, em face da situação geopolítica mundial, das discussões sobre o ritmo da transição energética e do realinhamento global dos investimentos", acrescentou em comunicado o ministério.

O presidente Jair Bolsonaro já havia afirmado anteriormente que a privatização da Petrobras havia entrado "no radar". Alguns analistas comentaram na época que seria "sonho" tentar privatizar a petroleira em ano eleitoral.

Para o ministério, "o processo é fundamental à atração de investimentos para o país e para a criação de um mercado plural, dinâmico e competitivo, o qual promoverá ganhos de eficiência no setor energético e uma vigorosa geração de empregos para os brasileiros".

Em fato relevante, a Petrobras confirmou que recebeu ofício do Ministério das Minas e Energia sobre a notificação para qualificação da companhia no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos. A empresa disse que o governo informou que a deliberação pelo conselho do PPI ocorrerá em 2 de junho.

O anúncio ocorre em momento em que a Petrobras atravessa uma transição de comando, após Bolsonaro indicar na semana passada Caio Paes de Andrade para a terceira mudança no posto de CEO em seu governo, diante de descontentamento do chefe do Executivo com a política de preços de combustíveis da estatal.

Para essa mudança de CEO ser confirmada, o governo vai ter de contar com o aval de quatro órgãos técnicos para ver aprovados possíveis indicados para o conselho de administração.

Uma nova regra para indicações de conselheiros para a estatal, publicada pelo próprio governo, promete alongar o processo de transição que levaria pelas normas internas ao menos 45 dias para seguir ritos de aprovação.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ações iniciam agosto em queda, conforme dados reacendem temores de desaceleração
Dólar salta ao maior valor desde dezembro de 2021 influenciado por exterior e Copom
Ibovespa tem queda modesta com ajustes antes de dados dos EUA sexta; WEG renova máximas
Governo publica decreto que regulamenta programas de autocontrole agropecuário
Dólar chega a superar os R$5,73 pressionado por exterior e Copom
Ações europeias recuam mais de 1% com queda de papéis de bancos