Índios querem produzir mas são discriminados por europeus, diz Bolsonaro
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que os indígenas querem produzir, mas estariam sendo discriminados por europeus que se recusam a comprar seus produtos, em declarações dadas a apoiadores após chegar de sua primeira viagem como chefe de Estado a comunidades tradicionais na Amazônia.
Bolsonaro relatou que, na visita, viu os povos baikiris e caiapós plantando e destacou que eles querem produzir.
"Agora eles são discriminados, sabe por quem? Pelo europeu que não compra o produto dele. Então, enquanto a nossa população não entender realmente como é que é esse jogo fica dando pancada em mim direto, como se quisesse algo de ruim no Brasil. A nossa independência está lá", afirmou.
Bolsonaro disse ter visitado três comunidades indígenas e, mais uma vez sem evidências, teceu críticas à atuação de organizações na região.
"Duas querem fazer na sua propriedade o que o fazendeiro faz na do lado, uma não quer. Obviamente a gente sabe fazer a leitura do que acontece ali, a influência do Conselho Indigenista Missionário, ONG estrangeira", disse.
O presidente visitou pela primeira vez duas terras indígenas na Amazônia como chefe de Estado, na quinta-feira, apesar de protestos de líderes ianomâmis contra sua iniciativa de liberar as áreas protegidas para mineração comercial.
Cercado por oficiais do Exército e um chefe indígena local, Bolsonaro, com um cocar na cabeça, assistiu a um ritual da comunidade local na Terra Indígena Balaio, onde inaugurou uma ponte.
Bolsonaro reage: "imorrível", "imbroxável" e "incomível"
(no Poder360)
A foto foi publicada no Instagram, Facebook e Twitter. Nesta última rede social, o presidente usou a seguinte legenda: “Temos um governo que acredita em Deus, deve lealdade ao seu povo e respeita os seus militares. Mais do que obrigação e dever, tenho certeza que vocês vão atuar dentro das quatro linhas da Constituição, se necessário for”.