Dólar passa a subir ante real com Copom, Brasília e dados dos EUA no radar

Publicado em 11/05/2021 10:57

O dólar passava a subir contra o real na manhã desta terça-feira, depois de fechar o último pregão perto de mínimas em quatro meses, com os agentes do mercado digerindo a ata da última reunião de política monetária do Banco Central do Brasil e acompanhando com cautela o clima político doméstico.

Ao mesmo tempo, os investidores aguardavam dados de inflação dos Estados Unidos que podem ter impacto no comportamento global da divisa norte-americana.

Às 10:46, o dólar avançava 0,56%, a 5,2623 reais na venda, enquanto o dólar futuro de maior liquidez subia 0,85%, a 5,278 reais na venda.

O dólar negociado no mercado interbancário fechou a última sessão em alta de 0,10%, a 5,233 reais na venda, não distante de uma mínima atingida em 14 de janeiro, de 5,212 reais. Na mínima intradiária de segunda-feira, a moeda norte-americana chegou a cair para 5,1977 reais.

"O mercado sofreu um ajuste depois da última decisão do Copom, (com o dólar) aproximando-se de 5,20 reais", disse à Reuters João Manuel Campanelli, COO do Travelex Bank. "Agora, ele vai flutuar ao sabor dos acontecimentos, principalmente políticos."

Em sua última reunião, na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu por uma segunda alta consecutiva de 0,75 ponto percentual na taxa Selic, para 3,5% ao ano, e sinalizou a intenção de fazer um terceiro aperto da mesma magnitude em seu próximo encontro em junho.

A ata do último encontro do colegiado, divulgada nesta terça-feira, mostrou a avaliação dos membros do Copom de que levar a taxa Selic, sem interrupção, até o nível considerado neutro empurraria a inflação "consideravelmente" para abaixo da meta.

Enquanto isso, em Brasília, a CPI da Covid ouve nesta terça-feira o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, depois que os depoimentos da semana passada mostraram desarticulação, segundo analistas consultados pela Reuters. A investigação da abordagem adotada pelo governo Jair Bolsonaro diante da pandemia tem sido apontada por agentes dos mercados financeiros como grande fonte de risco político no curto prazo.

Também colaborando para o risco-Brasil, Campanelli, do Travelex, chamou a atenção para "reformas que não saem do papel", comentário que vem em meio a atraso na agenda reestruturante e de privatizações do governo.

"Estímulos fiscais e monetários continuam nos Estados Unidos, há muito dinheiro circulando, e o fator (da alta das) commodities também faz com que nossa moeda resista ao risco-Brasil, mas poderíamos surfar melhor se tivéssemos alinhamentos melhores, como as reformas", opinou.

No exterior, os investidores aguardavam a divulgação de dados sobre preços ao consumidor dos EUA, na quarta-feira, em busca de pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve em relação a seu apoio de política monetária.

Um relatório de empregos norte-americano pior do que o esperado da semana passada ajudou a abafar temores de um aperto mais cedo do que o esperado, elevando as apostas de que o banco central dos EUA vai manter suas ferramentas de estímulo sem elevar os juros por um bom tempo [mL1N2MU1NJ].

Nesta sessão, o Banco Central fará leilão de swap tradicional para rolagem de até 15 mil contratos com vencimento em novembro de 2021 e março de 2022.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

S&P 500 e Dow Jones fecham em novos recordes com compra de ações de tecnologia
Dólar à vista fecha em baixa de 0,59%, aos R$5,5827
Ibovespa fecha em alta com política fiscal em foco
Taxas dos DIs despencam com notícia de que governo prepara pacote para conter gastos
STOXX 600 fecha em pico em duas semanas, com balanços e decisão do BCE em foco
Ibovespa opera estável apesar de Wall Street positivo