Bovespa cai pressionada por exterior e cautela com cena política

Publicado em 06/07/2017 15:20

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista operava em queda nesta quinta-feira, com o cenário externo mais desfavorável a ativos de risco e investidores evitando grandes apostas também diante das incertezas que rondam o cenário político local.

As ações de empresas elétricas eram destaque de alta após o governo apresentar propostas de reforma do setor.

Às 12:20, o Ibovespa caía 0,78 por cento, a 62.661 pontos. O giro financeiro era de 2,3 bilhões de reais.

No exterior, a ata da reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) mostrou que a autoridade monetária abriu a porta para retirar do comunicado uma promessa antiga de expandir ou prorrogar o programa de compra de ativos.

"A ata (do BCE) trouxe a sinalização de uma possível reversão na política monetária..., ao contrário da expectativa que era de expansão do programa de recompra de títulos", escreveram analistas da corretora Coinvalores em nota a clientes.

Além disso, aumentaram os receios geopolíticos após os Estados Unidos alertarem na véspera que estão prontos para usar a força caso seja necessário para interromper o programa de mísseis da Coreia do Norte.

Localmente, o cenário também não oferece alívio, em meio à crise política que atinge o país, com agentes de mercado aguardando novidades sobre o andamento das reformas no Congresso Nacional e da denúncia contra Temer.

DESTAQUES

- BRASKEM PNA tinha desvalorização de 2,56 por cento, liderando as perdas do Ibovespa. Como pano de fundo estava a informação de que a petroquímica poderá ser suspensa do segmento de negociação nível 1 da B3 depois de perder prazos para envio de balanços financeiros.

- VALE PNA caía 0,82 por cento e VALE ON perdia 1,18 por cento em sessão de baixa para os contratos futuros do minério de ferro na China.

- ITAÚ UNIBANCO PN recuava 0,95 por cento e BRADESCO PN tinha baixa de 0,99 por cento, ajudando o tom negativo do Ibovespa devido ao peso dos papéis em sua composição.

- PETROBRAS PN subia 0,41 por cento e PETROBRAS ON recuava 0,15 por cento, com os papéis tentando firmar-se no azul em dia de alta para os preços do petróleo no mercado internacional, mas com o cenário político exercendo pressão sobre as ações. [O/R]

- ELETROBRAS ON saltava 12,25 por cento e ELETROBRAS PNB tinha valorização de 8,55 por cento, com os papéis entrando em leilão algumas vezes desde a abertura. Os ganhos vinham após anúncio do governo, na véspera, de proposta de ampla reforma para o setor elétrico, incluindo mecanismos para facilitar privatizações que devem incentivar vendas de ativos pela Eletrobras. Analistas do Credit Suisse avaliam que a proposta é complexa e ainda vai demandar aprovação no Congresso, mas a percepção inicial é positiva por refletir o objetivo de lidar com questões estruturais do setor e a indicação de benefícios financeiros relevantes para a Eletrobras.

- COPEL PNB ganhava 2,73 por cento, enquanto CEMIG PN tinha alta de 1,69 por cento, também amparadas nas propostas de reforma para o setor elétrico.

- CVC ON, que não faz parte do Ibovespa, subia 3 por cento, após a operadora de viagens divulgar crescimento de 15,8 por cento nas reservas confirmadas da CVC (Lazer) e da Experimento no primeiro semestre de 2017 ante o mesmo período de 2016. A equipe do BTG Pactual reiterou a recomendação de "compra" para as ações e disse que os números corroboram a visão positiva para o papel.

(Por Flavia Bohone)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Dólar sobe e fica acima de R$5,75 após dados de emprego dos EUA
Dólar abre acima de R$5,75 antes de dados de emprego dos EUA
Tamanho dos cortes de juros do Fed pode depender do mercado de trabalho dos EUA
Minério de ferro de Dalian sobe na sessão, mas caminha para leve perda semanal
Ações da China caem com temores de desaceleração dos EUA
Ações iniciam agosto em queda, conforme dados reacendem temores de desaceleração