Na Folha: Estamos ferrados, nem se Temer caísse seria o fim da crise no país, por Clóvis Rossi

Publicado em 12/06/2017 15:34

A decisão do TSE sobre a chapa Dilma/Temer tornou ainda mais degradado um ambiente que já era insalubre antes.

Fico com a desagradável sensação de que o Brasil vive um momento similar a um instante da campanha presidencial de 1989, envolvendo o candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

A caravana de Lula, que ainda não tinha o financiamento da Odebrecht e de outras empreiteiras, voava em aviões de carreira e ficou retida em um aeroporto do interior do Paraná.

Enquanto isso, seu principal adversário, Fernando Collor de Mello, cruzava o país, de cidade em cidade, a bordo de jatinhos (ele, sim, era financiado pelos donos do dinheiro).

José Carlos Espinoza, sindicalista dos metroviários, 2m02 de altura, sobrenome e alma de filósofo, segurança informal de Lula à época, cansou-se da espera, aproximou-se do chefe e disse-lhe:

"Olha, Lula, se tudo der certo, se tudo sair de acordo com o planejado, se nada der errado, nós estamos é ferrados".

"Ferrados" não foi bem a palavra que usou, mas preservemos ao menos um pouco de recato neste país degradado.

Parêntesis para dizer que, se naquela eleição, Lula de fato "se ferrou", acabou ganhando em 2002 e o "filósofo" Espinoza foi contemplado com a chefia do escritório da Presidência em São Paulo. Ninguém é de ferro.

Volto ao Brasil de 2017. Se Temer tivesse seu mandato cassado pelo TSE, a crise política estaria encerrada? Óbvio que não.

Primeiro porque caberia recurso e sabe-se lá por quanto tempo se arrastaria o processo, mantendo-se na Presidência um cidadão notoriamente inadequado para o cargo.

Leia a íntegra no site da Folha de S. Paulo

Fonte: Folha de S. Paulo

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