Relator do processo da chapa Dilma-Temer chama Odebrecht de "maior parasita" da Petrobras

Publicado em 07/06/2017 13:32

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Herman Benjamin, relator do processo da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apresentou na manhã desta quarta-feira um voto no qual defende a manutenção do conteúdo de provas referentes a delatores da Odebrecht na ação em julgamento e chamou a empresa de "maior parasita" da Petrobras.

Para o ministro, não houve ampliação do pedido da ação ao se incluir provas referentes a delações da empreiteira. O aprofundamento das investigações, disse, justificou a ligação com a Odebrecht.

Esse suposto alargamento ilegal da causa de pedir do processo é uma das alegações feitas pelas defesas do presidente Michel Temer e da ex-presidente Dilma Rousseff para excluir fatos da colaboração da empreiteira do processo.

Segundo o relator, esse pedido já constava de pedido apresentado pelo PSDB ao TSE. Ele citou que os tucanos chegaram a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) cópia integral dos autos da operação Lava Jato.

"A petição inicial descreveu suficientemente o que estava ocorrendo com a Petrobras, indicou as formas de atuação, indicou quem estava se beneficiando, entre essas empresas apontou a Odebrecht e finalmente pediu cópia integral dos autos da Lava Jato", disse.

Para Benjamin, não houve alargamento da causa de pedir do processo. Ele disse que tampouco ocorreu umas "invenção", quando consta do processo que houve pagamento de propina decorrente de contratos da Petrobras e de pagamentos ilícitos feitos por empreiteiras.

O ministro reforçou que esse pedido de exclusão da Odebrecht já havia sido negado pelo próprio TSE, com o apoio até do presidente da corte, Gilmar Mendes, e que a matéria está preclusa --no jargão jurídico, a discussão dela não poderia ser reaberta.

PARASITA

Benjamin chamou a empreiteira de "maior parasita" da Petrobras, por meio da Braskem, empresa controlada pela empreiteira com forte participação societária da estatal.

"Petrobras e Odebrecht nada a ver? Tem tudo a ver", disse. "A Petrobras se transformou em um veículo para a Odebrecht alcançar objetivos de natureza privada espúrios, mais até que outras empresas que estão listadas na petição inicial, mais do que todas elas", afirmou.

(Reportagem de Ricardo Brito)

Fonte: Reuters

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