Temer diz que Brasil não precisa de reformulação do Estado, e sim cumprir a Constituição

Publicado em 30/05/2017 10:21

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Michel Temer afirmou nesta terça-feira que o Brasil não precisa passar por uma nova reformulação do Estado, mas sim cumprir a Constituição e a separação entre os Poderes, e irá chegar ao final de 2018 "com a casa em ordem", num momento em que o governo atravessa grave crise política.

"Toda vez que há uma descentralização dos Poderes, como convém ao sistema democrático, fala-se de uma necessidade de uma eventual reformulação do Estado brasileiro", disse Temer na abertura do Fórum de Investimentos Brasil 2017, em São Paulo.

"Não precisamos não. Nós precisamos é cumprir aquilo que a Constituição brasileira estabeleceu com muita sabedoria, política e institucional, em 5 de outubro de 1988, ou seja, uma separação muito adequada entre os Poderes do Estado”.

O presidente viajou a São Paulo para participar do fórum com investidores com a intenção de mostrar que o governo continua funcionando apesar da crise deflagrada pelas delações de executivos do grupo J&F, que controla a JBS, que levaram o Supremo Tribunal Federal (STF) a autorizar abertura de inquérito contra o presidente.

Sem fazer qualquer referência à crise que atravessa, Temer disse que o governo está determinado a concluir as reformas trabalhista e da Previdência, e que não há plano B à responsabilidade fiscal.

"Devolvemos o país ao caminho do desenvolvimento, e não nos afastaremos desse caminho", disse Temer. "Chegaremos ao fim de 2018 com a casa ordem."

Também discursaram no evento, antes de Temer, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e ambos destacaram o apoio às propostas de reformas enviadas pelo governo ao Congresso.

Segundo Eunício, o Congresso segue adiante apesar de dificuldades, e todas as reformas serão aprovadas.

Maia reafirmou o compromisso que tem com Temer e ressaltou que a agenda da Câmara no momento tem como foco o mercado e o setor privado. Segundo ele, a Câmara irá retomar "em poucas semanas" as discussões em torno da proposta de reforma da Previdência, e o projeto será aprovado.

(Reportagem de Eduardo Simões)

Fonte: Reuters

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