PGR diz em inquérito que Temer e Aécio se articularam para impedir avanço da Lava Jato

Publicado em 19/05/2017 14:25

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - A Procuradoria-Geral da República afirmou, em inquérito contra o presidente Michel Temer no Supremo Tribunal Federal (STF), que ele e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) se articularam com outras pessoas para impedir o avanço da operação Lava Jato.

"Verifica-se que Aécio Neves, em articulação, dentre outros, com o presidente Michel Temer, tem buscado impedir que as investigações da Lava Jato avancem, seja por meio de medidas legislativas, seja por meio de controle de indicação de delegados de polícia que conduzirão os inquéritos", diz a PGR.

Temer está sendo investigado por obstrução à Justiça e corrupção passiva. O pedido de abertura de inquérito contra Temer foi aceito pelo ministro do STF Edson Fachin, relator da Lava Jato na corte.

Segundo o pedido de inquérito, o empresário da JBS Joesley Batista relatou pagamento de propina mensal ao ex-deputado Eduardo Cunha e recebeu anuência do presidente. O colaborador disse ainda ter ouvido do presidente que Temer poderia falar com ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre pleitos do grupo empresarial.

Na delação, o executivo relatou pagamento de propina a Temer e a deputado Rocha Loures (PMDB-PR) em troca de afastamento do monopólio da Petrobras no fornecimento de gás.

Outro executivo do grupo, Ricardo Saud, afirmou em delação que Temer recebeu aproximadamente 15 milhões de reais em propina.

Joesley também fala em propina a Aécio em 2014, por favorecimento à holding J&F, e pagamento ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), em troca de aprovação de medida provisória sobre PIS/Cofins.

DILMA E LULA

Em outra frente, Joesley e Saud apontam em depoimentos pagamento de vantagens indevidas de 50 milhões de dólares ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de 30 milhões de dólares à ex-presidente Dilma Rousseff, em ambos os casos em contas no exterior.

Joesley relatou ainda o repasse de 30 milhões de reais ao ex-ministro Antonio Palocci, a pretexto da campanha de Dilma em 2010.

(Com reportagem de Maria Carolina Marcello e Eduardo Simões, em São Paulo)

Fonte: Reuters

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