Delação de Palocci dá calafrios em banqueiros e empresários do país
BRASÍLIA - A iminente delação de Antônio Palocci não provoca calafrios apenas no mundo político. Banqueiros e empresários de renome estão preocupados com o que o ex-ministro pode contar à Lava Jato e a outras operações, como a Zelotes.
Palocci foi o petista mais próximo dos donos do dinheiro. Em 2002, ajudou a acalmar o mercado para a chegada do partido ao poder. Idealizou a "Carta ao Povo Brasileiro", na qual Lula se comprometeu com a responsabilidade fiscal e o controle da inflação. A receita deu certo, e o médico foi nomeado ministro da Fazenda.
No cargo, Palocci ampliou os laços com a elite do capitalismo brasileiro. Chegou a sonhar com a Presidência, mas foi abatido no escândalo do caseiro. Voltaria ao Planalto no início de 2011, como chefe da Casa Civil do governo Dilma Rousseff.
A nova temporada no poder não durou um semestre. Em maio, a Folharevelou que o petista havia multiplicado o patrimônio por 20 com uma consultoria de pouca visibilidade e muito sucesso. Ele caiu, mas se recusou a abrir a lista de clientes.
O segredo começou a ser desfeito em setembro passado, quando a Lava Jato prendeu Palocci e começou a abrir sua caixa-preta —ou caixa-forte, a julgar pelos valores envolvidos.
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