Em meio à perspectiva de melhora na oferta, milho recua até 6,25% na semana no mercado interno

Publicado em 25/11/2016 16:22

Os preços do milho voltaram a cair no mercado interno brasileiro ao longo dessa semana. De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, as cotações do cereal recuaram até 6,25% na região de Jataí (GO). A saca do cereal fechou a semana a R$ 30,00.

Em Assis (SP), o valor caiu 4,56%, com a saca a R$ 30,77. Na localidade de Campo Grande (MS), a perda foi de 3,45%, com a saca a R$ 28,00. Já na região de Rio Verde (GO), os preços cederam 2,78%, com a saca de milho a R$ 28,00. Na localidade de Uberlândia (MG), a queda ficou em 2,56%, com a saca a R$ 38,00.

Em Ponta Grossa (PR), a saca finalizou a semana a R$ 35,50, com queda de 1,39%. Em Campinas (SP), o recuo foi de 1,28%, com a saca a R$ 38,60.  No Porto de Paranaguá, a saca subiu 3,03% e encerrou a semana a R$ 34,00.

Segundo os analistas, o mercado tem sido pressionado pela perspectiva de melhora na oferta. De um lado, as importações de milho do Mercosul ainda acontecem e, de outro, as exportações baixaram. Os embarques somam 505,10 mil toneladas do grão, nos 12 primeiros dias úteis do mês de novembro, conforme dados reportados pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Com essa perspectiva, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), revisou recentemente a sua projeção para as exportações neste ciclo de 20 milhões para 18,5 milhões de toneladas. Consequentemente, os estoques de passagem da safra 2015/16 subiram para mais de 7 milhões de toneladas do cereal.

Além disso, até o momento, a safra de milho verão tem caminhado bem nos principais estados produtores, ainda de acordo com os especialistas. Até o final da semana anterior, pouco mais de 90% da área já tinha sido semeada. As consultorias privadas indicam uma safra acima de 30 milhões de toneladas do grão na 1ª safra.

No Paraná, a semeadura do cereal já foi concluída e em torno de 95% das lavouras apresentam boas condições. 5% das plantações têm condições medianas. As informações foram divulgadas essa semana pelo Deral (Departamento de Economia Rural).

"Ao contrário das previsões iniciais de um clima desfavorável em função do fenômeno La Niña, por enquanto, temos condições ideais para o desenvolvimento desta cultura, e as lavouras vêm apresentando excelente aspecto fitossanitário na maioria dos casos. Nas áreas irrigadas as lavouras em geral implantadas um pouco mais tarde, porém, seguem em pleno desenvolvimento", informou a entidade em nota.

BM&F Bovespa

Na BM&F Bovespa, a sessão desta sexta-feira (25) foi negativa aos preços do cereal. As principais posições do milho acumularam quedas entre 0,57% e 0,74%. O contrato janeiro/17 operava a R$ 37,60 a saca e o março/17 a R$ 37,70 a saca. Já o maio/17 fechou o pregão a R$ 36,51 a saca.

O mercado permanece atrelado ao comportamento cambial, de acordo com os analistas. A moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,4135 na venda, com ganho de 0,58% com as notícias sobre o envolvimento do presidente Michel Temer e que podem atrapalhar os planos do governo em aprovar importantes medidas econômicas no Congresso Nacional, segundo destacou a agência Reuters.

Bolsa de Chicago

Novamente, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) tiveram uma semana de ligeiras valorizações. Ainda segundo dados levantados pelo Notícias Agrícolas, as principais posições da commodity acumularam ganhos entre 1,09% e 1,57%. Nesta sexta-feira (25), as cotações encerraram o dia com ligeiras quedas entre 0,25 e 1,50 pontos. O vencimento dezembro/16 era cotado a US$ 3,49 por bushel, enquanto o março/17 trabalhava a US$ 3,58 por bushel.

Em uma semana mais curta, devido ao feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, comemorado nesta quinta-feira (24), as cotações foram influenciadas pelo comportamento dos preços do petróleo, do dólar e também pelas fortes valorizações registradas na soja. No caso do petróleo, os mercados são ligados devido à produção de etanol nos EUA. Já o dólar, impacta diretamente a competitividade do produto no mercado internacional.

Paralelamente, as notícias vindas do lado da demanda também têm fornecido algum apoio aos preços. Ainda nesta sexta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou novo boletim de vendas para exportação.

Na semana encerrada no dia 17 de novembro, as vendas de milho somaram 1,69 milhão de toneladas. O volume ficou acima das expectativas dos investidores entre 900 mil toneladas e 1,2 milhão de toneladas.

Contudo, as cotações do cereal têm sido pressionadas negativamente pela perspectiva de uma grande safra nos EUA. Com a colheita na reta final, os produtores deverão colher mais de 386 milhões de toneladas do cereal nesta temporada.

Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:

>> MILHO

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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