Milho inicia pregão desta 4ª feira com ligeira queda na CBOT após valorizações registradas recentemente
Depois das recentes valorizações, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a sessão desta quarta-feira (5) com ligeiras perdas. Às 8h15 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam quedas entre 0,50 e 1,25 pontos. O vencimento dezembro/16 era cotado a US$ 3,47 por bushel, enquanto o março/17 trabalhava a US$ 3,57 por bushel.
De acordo com dados reportados pelo site Agrimoney.com, o contrato dezembro/16 subiu mais de 5% desde a última sexta-feira (30), quando o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicou os estoques trimestrais, na posição 1º de setembro, abaixo do esperado pelos investidores. E, segundo as análises gráficas, a posição teria fôlego para ir mais longe, uma vez que ultrapassou o patamar de resistência.
"O milho avançando acima da resistência, de US$ 3,44 por bushel no início da semana ajudou psicologicamente o mercado. O que poderia eventualmente, produzir uma corrida aos US$ 3,75 por bushel a US$ 3,80 por bushel", disse Tregg Cronin no halo Commodity Company.
Do lado fundamental, a demanda continua firme pelo cereal americano e também tem ajudado a dar suporte aos preços. Após os números fortes dos embarques semanais na última segunda-feira, o USDA indicou a venda de 100 mil toneladas do grão para destinos desconhecidos na terça-feira (4).
"Tal demanda, juntamente com uma colheita ligeiramente atrasada está mantendo um lance sobre o mercado de milho", ressalta CHS Hedging Joe Lardy. Até o início da semana, cerca de 24% da área plantada no país já havia sido colhida, informou o departamento americano. A média dos últimos anos é de 27%.
Contudo, é consenso entre os especialistas de que os preços podem voltar a cair diante do avança da colheita no Meio-Oeste.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Milho consolida 3º dia seguido de valorização em Chicago e dez/16 se aproxima do patamar de US$ 3,50/bushel
Pelo terceiro dia consecutivo, os preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram em campo positivo. No pregão desta quarta-feira (4), as principais posições do cereal finalizaram o dia com valorizações entre 2,25 e 3,00 pontos. O vencimento dezembro/16 era cotado a US$ 3,48 por bushel, enquanto o março/17 era negociado a US$ 3,58 por bushel.
"O mercado ainda reflete as notícias vindas do lado da demanda. Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou bons volumes no relatório de embarques semanais", informou o site internacional Farm Futures. Ainda nesta terça-feira, o órgão anunciou a venda de 100 mil toneladas de milho para destinos desconhecidos.
Paralelamente, os participantes do mercado observam a evolução da colheita do cereal nos Estados Unidos. Ainda no final da tarde desta segunda-feira, o departamento indicou a colheita completa em 24% da área semeada nesta temporada.
O número está em linha com o registrado no mesmo período do ano passado, mas está ligeiramente abaixo da média dos últimos cinco anos, de 27%. Ainda no relatório, o departamento revisou para baixo o índice de lavouras em boas ou excelentes condições, de 74% para 73%.
"O ritmo relativamente lento da colheita continua apoiar os preços à vista em algumas áreas também", reforça Bryce Knorr. Em Iowa, apenas 10% da área foi colhida com o cereal até o momento.
Mercado brasileiro
Nesta terça-feira (4), os preços futuros do milho encerraram o dia com ligeiras altas na BM&F Bovespa. As principais posições da commodity finalizaram o pregão com valorizações entre 0,67% e 0,88%. O contrato novembro/16 era cotado a R$ 43,80 a saca e o janeiro/17 a R$ 44,21 a saca. Apenas o setembro/17 registrou leve queda, de 0,03%, negociado a R$ 34,24 a saca.
Enquanto isso, no mercado interno o dia foi de leve movimentação aos preços do cereal, conforme levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. Em Avaré (SP), o recuo foi de 17,14% e a saca fechou o dia a R$ 28,33. Na contramão desse cenário, a cotação subiu 3,23% em Campo Grande (MS), com a saca a R$ 32,00. Em Cascavel (PR), a alta foi de 1,56%, com a saca do cereal a R$ 32,50.
No Porto de Paranaguá, o preço se manteve inalterado em R$ 33,00 a saca do cereal. Nas demais praças o dia foi de estabilidade aos valores praticados.
"Temos um mercado muito volátil, com períodos em que as cotações recuam e outros sobem. Há regiões que os preços caem e outras com valores mais firmes, tudo isso é resultado de expectativas diferentes em relação ao médio prazo. Acredito que as cotações praticadas na BM&F Bovespa também um pouco desse cenário e também da interferência dos preços na Bolsa de Chicago nesse momento", disse Lucílio Alves, pesquisador do Cepea.
Depois da redução da safra de verão na temporada 2015/16, da quebra da segunda safra de milho e um consumo relativamente estável, há uma redução na disponibilidade do produto no mercado doméstico. "Por outro lado, temos os compradores que aguardam uma redução na diferença de preços do mercado interno e do internacional nas próximas semanas, meses e essa é grande incógnita", explica o especialista.
Exportações
No período de janeiro a setembro desse ano, o Brasil já exportou 18,79 milhões de toneladas de milho, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Somente em setembro, os embarques totalizaram 2,91 milhões de toneladas do grão.
Para o período de fevereiro de 2016 a janeiro de 2017, as projeções oficiais apontam para embarques da ordem de 20 milhões de toneladas. "Temos quatro meses ainda para embarcar o produto, não são volumes difíceis de serem alcançados. E, caso a meta seja atingida, teremos estoques de passagem próximos de 5 milhões de toneladas. E conforme há redução dos estoques de passagem a tendência é que os preços se elevem", reforça Alves.
Contudo, é preciso considerar que, os embarques realizados até o momento são de contratos fixados no segundo semestre de 2015 e primeiro trimestre de 2016, ainda de acordo com os especialistas. O pesquisador ainda sinaliza que é preciso que haja novos contratos para a safrinha de 2017, para evitar excedente de oferta que interfira nos preços.
Importações
"Ainda não temos dados oficiais de setembro, mas não esperamos um volume expressivo que possa interferir na disponibilidade interna a ponto de derrubar os preços no curto prazo", diz Alves.
Essa semana, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) realiza nova reunião para discutir a liberação de novas variedades transgênicas do cereal dos Estados Unidos. "Caso isso ocorra podemos ter uma mudança nas intenções de níveis de transação entre vendedores e compradores no curto prazo", destaca o pesquisador.
Dólar
A moeda norte-americana fechou o dia com alta de 1,54%, cotada a R$ 3,2551. O patamar de fechamento foi o maior desde 13 de setembro.