Milho: Chuvas continuam no Meio-Oeste e mercado inicia a semana em alta em Chicago
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a semana em campo positivo. Por volta das 7h47 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam ganhos entre 3,25 e 3,75 pontos. O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,88 por bushel, após ter fechado o pregão anterior a US$ 3,85 por bushel.
O mercado dá continuidade ao movimento positivo observado ao longo da semana anterior. No balanço semanal, a valorização dos preços do cereal ficou entre 6,94% e 7,77%. Como principal fator de suporte às cotações está o comportamento do clima nos Estados Unidos. Em meio às chuvas recentes no Meio-Oeste há especulações no mercado sobre a produtividade das lavouras.
De acordo com informações da Somar Meteorologia, as previsões climáticas ainda indicam precipitações para o Meio-Oeste e leste dos EUA ao longo da semana. Com isso, as condições ainda se manterão desfavoráveis ao desenvolvimento das lavouras de milho, uma vez que o solo está encharcado e a luminosidade deverá ficar abaixo do ideal. Frente a esse quadro, a perspectiva dos participantes do mercado é que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reduza o índice de lavouras em boas ou excelentes condições. Até a semana anterior o número estava em 71%. O órgão atualiza os números nesta segunda-feira, depois do fechamento dos negócios em Chicago.
Ainda hoje, o departamento também reporta o boletim de embarques semanais, importante indicador de demanda. Na semana anterior, os embarques do milho somaram 1.105,25 milhões de toneladas. Paralelamente, os investidores também se preparam para o novo relatório do USDA que será divulgado nesta terça-feira e trará os números dos estoques trimestrais e da área semeada nesta safra.
Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:
Milho: Em meio às chuvas nos EUA, mercado fecha semana com ganhos de mais de 7% em Chicago
A semana foi de altas expressivas aos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT), que acumularam valorizações entre 6,94% e 7,77%, o ganho semanal foi o maior desde julho de 2012. Os vencimentos mais longos retornaram ao patamar dos US$ 4,00 por bushel. Nesta sexta-feira (26), as cotações do cereal encerraram a sessão com ganhos entre 8,50 e 9,75 pontos. O contrato julho/15 era cotado a US$ 3,85 por bushel, depois de iniciar a semana a US$ 3,60 por bushel.
Como principal fator de suporte aos preços do cereal nos últimos dias está a chuva no Meio-Oeste dos Estados Unidos. Após as chuvas registradas na semana anterior, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) revisou para baixo o índice de lavouras em boas ou excelentes condições para 71%, em seu último boletim de acompanhamento de safras. E, por enquanto, há especulações no mercado de que o cenário poderia ser repetido no início da próxima semana.
Além disso, as previsões continuam a indicar precipitações para o Corn Belt nos próximos dias. Nesta sexta-feira, o Serviço Oficial de Meteorologia do país (NOAA) reportou que o Meio-Oeste terá probabilidade de chuvas entre 33% a 60%, acima do normal, no intervalo dos próximos 6 a 10 dias. Do mesmo modo, as previsões mais alongadas também indicam mais chuvas para os próximos 30 dias.
Chuvas nos EUA - Acumulado nos últimos 7 dias - Fonte: AGWeb
Até o momento, as agências internacionais destacam que os estados mais afetados com as chuvas, no caso do milho, são Indiana e Ohio. Segundo dados do site AGWeb, os prejuízos em Indiana já ultrapassam os US$ 300 milhões devido às fortes chuvas e inundações em muitas localidades do estado, registradas ao longo do mês. Durante junho, o estado registrou apenas quatro dias sem chuvas. Com isso, mais de um terço dos campos apresentam má formação.
"Temos uma situação muito delicada no mundo em relação ao clima. Nos EUA há esse problema (do excesso de chuvas no Meio-Oeste) que é grave. E tem também o clima na Europa, que está extremamente desfavorável. Há uma seca forte na França, Espanha e Alemanha, afetando a produção de milho e trigo, e não região do Mar Negro (...) Assim como o Canadá, que tem prejuízo em todas as culturas", explica o consultor do SIMConsult, Liones Severo.
Paralelamente, os investidores também se preparam para o novo boletim do departamento que será divulgado na próxima terça-feira (30) e trará números importantes sobre a área cultivada nesta safra e os estoques trimestrais. Por enquanto, a perspectiva dos participantes do mercado é de manutenção na área cultivada com o milho, em 36,1 milhões de hectares e os estoques poderão ficar próximos de 114 milhões de toneladas.
Milho - Valorização dos preços na Bolsa de Chicago
Mercado interno
Os bons ganhos observados no mercado internacional, associados às valorizações no câmbio também influenciaram as cotações do milho no Brasil. A semana foi positiva aos preços da saca do grão no Porto de Paranaguá, para entrega em outubro/15, que exibiram um ganho de 9,26% na semana. A saca encerrou a sexta-feira negociada a R$ 29,50.
No Porto de Santos, a valorização foi de 7,02% ao longo da semana e a saca fechou a sexta-feira cotada a R$ 30,50. Em Ubiratã e Londrina, ambas praças do Paraná, a semana também foi positiva com altas entre 1,04% e 2,11%, respectivamente. Na região de Jataí (GO), o preço da saca subiu 2,86%, com a saca a R$ 18,00. As informações fazem parte do levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas.
Contudo, o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, destaca que os ganhos registrados essa semana foram capturados pelas indústrias e exportadoras. "Em cada momento, temos um elo da cadeia se beneficiando e nessa semana foi das indústrias. Porém, isso acaba contribuindo para o mercado, pois teremos uma redução nos estoques no final do ano e teremos uma recuperação mais rápida nos preços do milho. E nos principais estados produtores já temos bons volumes comprometidos para a exportação. Entre julho e agosto, os espaços nos corredores de exportação já estão tomados", afirma.
Milho - Valorização dos preços no mercado interno
Safrinha brasileira
Ainda nesta sexta-feira, a consultoria Safras & Mercado indicou a segunda safra de milho em 55,72 milhões de toneladas. O número representa um crescimento de 23,2% em relação à temporada anterior, em função do tempo favorável no país. Enquanto isso, a colheita continua avançando nas principais regiões produtoras brasileiras.