Prorrogação das punições do Código Florestal não incluem a Amazonia, diz Kátia Abreu

Publicado em 10/12/2009 16:08 e atualizado em 10/12/2009 22:57
A partir desta sexta-feira, promotores de Justiça  podem embargar propriedades dos nove estados que estão na Amazônia Legal, e que não providenciaram a prorrogação de averbação de Reserva Legal. É o que alerta a senadora Kátia Abreu, presidente da CNA. “Infelizmente nove estados que compõem a Amazônia Legal foram excluídos do decreto que prorroga por 2 anos a vigencia das medidas punitivas do atual Código Florestal. "Quando eu digo excluídos, não estou querendo minimizar a questão da Amazônia, com relação à suspensão das multas e penalidades impostas pelo IBAMA e pelo Ministério do Meio Ambiente. Nós gostaríamos e vamos esperar que a força política da região possa convencer o presidente a incluir a Amazônia dentro da prorrogação, com desmatamento zero”.

Ela explica que, se o decreto não suspende as medidas punitivas como multas e embargos para os estados da Amazônia, eles estão a mercê de uma denúncia do Ministério Público e portanto, sujeitos à penalidades. “Da mesma forma que os produtores do sudeste e do sul foram incluídos no decreto e a suspensão ocorreu, porque não fazer o mesmo com os produtores da Amazônia? Apenas porque existe uma simbologia e uma pressão forte internacional nesse aspecto? Nós temos que ter a coragem de mostrar ao Brasil que estamos fazendo a coisa certa”.

Kátia afirma que a prorrogação foi inevitável para as demais regiões do País, já que não foi possível votar as alterações no Código vigente. Ela lembra, porém, que os prejuízos teriam sido piores de o prazo não fosse prorrogado hoje. “Se o presidente Lula não tivesse prorrogado o decreto, estaria criminalizada toda a produção de alimentos do país, construída com muito suor do povo brasileiro”.

“Não conseguimos vontade política necessária para votar definitivamente a atualização do Código Florestal brasileiro. Não desejamos, em absoluto, novos desmatamentos, nós discutimos uma atualização que pudesse legalizar as áreas de produção e corrigir os erros cometidos no passado”. Kátia diz que quer que o desmatamento zero seja feito na Amazônia, mas é preciso regularizar e dar condições  aos produtores rurais que lá estão, que estão produzindo de forma sustentável.

Insegurança jurídica.
 

Kátia Abreu afirma que a atual situação gera uma insegurança jurídica entre os produtores da Amazonia Legal. “Um decreto é passível de mudança a qualquer momento de forma ‘monocrática’ e pela caneta do presidente, não só deste, como de outros presidentes. Isso traz insegurança jurídica. Então, nós precisamos mostrar ao mundo de que nós temos certeza da nossa legislação, que nós conhecemos a nossa legislação e que ela não vai ser mudada com tanta facilidade”. 

Fonte: Redação N.A.

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