Bayer ForwardFarming anuncia nova fazenda no Brasil para demonstrar agricultura regenerativa na prática

Publicado em 20/05/2024 15:21
Propriedade da família Vick, em Pirassununga (SP), é referência na adoção de práticas sustentáveis e abordagem sistêmica para mais resiliência diante de desafios climáticos

Demonstrar a agricultura regenerativa na prática e comprovar os seus benefícios no campo é o foco da iniciativa Bayer ForwardFarming, que visa aprimorar as práticas sustentáveis já adotadas por muitos agricultores e apresentar soluções avançadas combinadas numa abordagem sistêmica, aliando produtividade, regeneração do meio ambiente e resiliência diante dos desafios climáticos. Esse é o caso da Fazenda Estância, propriedade da família Vick no município de Pirassununga, no interior de São Paulo, com 1.100 hectares dedicados às culturas de soja, milho, sorgo, mandioca e cana-de-açúcar. A propriedade é a segunda no país a integrar o programa global da multinacional alemã.

Fundada por José Vick, a fazenda Estância passou por um processo de sucessão familiar em 2018, e hoje suas filhas Nathalia Vick, administradora e gestora de agronegócios, e Aline Vick, economista, estão à frente da propriedade. A fazenda já contava com um histórico de práticas regenerativas, a exemplo do plantio direto realizado desde 2009 e da rotação de culturas. Nos últimos três anos, novas técnicas foram implementadas e ampliadas para avançar na regeneração do solo, como a intensificação da rotação de raízes – mais de 80% das áreas de grãos já receberam plantas de cobertura em substituição ao milho ou sorgo de segunda safra em algum momento durante este período.

Além disso, a família aposta em sistemas integrados de soluções, com o uso de produtos biológicos integrado com defensivos agrícolas modernos e ferramentas como a plataforma da agricultura digital da Bayer, Climate FieldView, para a gestão e o aperfeiçoamento do manejo baseado em dados. Além disso, estão entre os produtores que integram o programa PRO Carbono da Bayer, que apoia agricultores para potencializar a produtividade das lavouras junto com sequestro de carbono no solo e redução das emissões.

As práticas de agricultura regenerativa têm resultado em mais estabilidade na produção e resiliência no campo, especialmente nos últimos anos, em que a região central do estado sofreu com instabilidades climáticas, com secas intensas em 2020, excesso de chuvas em 2022 e calor extremo no ano passado. A comparação da média de produtividade por hectare entre 2020 e 2022 indica que a Fazenda Estância colheu cerca de 25% a mais que a média de Pirassununga. Além disso, a taxa de replantio na safra de 23/24 foi de 3% da área plantada, enquanto propriedades da região tiveram que replantar suas áreas de 2 a 3 vezes.

“Quando olho minha curva de produtividade de soja dos últimos cinco anos, vejo ela estável. Posso não ter produzido mais por conta dos desafios climáticos, mas em compensação tive menos perdas, graças a um solo mais saudável. Isso apenas comprova que estamos no caminho certo e que o equilíbrio ecossistêmico é fundamental para a nossa atividade”, explica Aline Vick. 

A saúde do solo é um dos elementos centrais da agricultura regenerativa, contribuindo para produzir a mesma ou maior quantidade de produtos agrícolas a partir de uma extensão territorial menor, com menos recursos e menor pegada climática e ambiental. O solo da fazenda é altamente arenoso, uma característica da região, o que torna ainda mais desafiador e necessário um conjunto de ações para melhorar sua saudabilidade. O plantio direto e a rotação de culturas na fazenda favorecem a sua nutrição, fixando de forma mais eficiente nutrientes como nitrogênio, evitando a compactação, a erosão, a lixiviação pela água e protegendo das altas temperaturas.

Agora, ao aderir ao Bayer ForwardFarming, a família espera poder continuar avançando com a intensificação das técnicas de agricultura regenerativa. O programa é uma vitrine de boas práticas para levar inspiração aos agricultores, promovendo-as em uma fazenda operacional que passa a ser um celeiro para troca de conhecimento e experimentações. Toda a operação é baseada em uma abordagem sistêmica focada em resultados mensuráveis com indicadores que evidenciarão o progresso em frentes como sequestro de carbono, melhoria da produtividade econômica e social, eficiência no uso da água, preservação e restauração de biodiversidade, saúde do solo e mitigação de impactos climáticos. “Nós estamos no meio de uma jornada e ainda existem muitas melhorias a serem feitas no manejo do sistema agronômico, mas os resultados obtidos até aqui nos motivam a continuar trilhando este caminho. A tecnologia agronômica e a natureza estão a nosso favor”, ressalta Aline Vick. 

Para a diretora de Sustentabilidade da Bayer para a América Latina, Carolina Graça, os benefícios colhidos por meio de práticas regenerativas são fruto de um trabalho de cocriação junto ao agricultor voltado para a sustentabilidade ao longo dos anos. “A agricultura regenerativa é um caminho que trilhamos há algum tempo, em parceria com produtores, acadêmicos e empresas. Um grande exemplo disso acontece dentro do nosso programa PRO Carbono que, no Brasil, trouxe benefícios como ganho médio de mais de 11% de produtividade e 16% de sequestro de carbono em áreas participantes”, explica.

Biodiversidade

Para entender melhor a dinâmica da biodiversidade da Fazenda Estância, foram feitos estudos da propriedade junto à Universidade de São Paulo (USP), que identificou três tipos de vegetação: Cerrado Florestado, Floresta Estacional Semidecídua e Floresta Paludosa, dentro de dois biomas: Cerrado e Mata Atlântica. A conservação da vegetação alinhada com a disposição estratégica dos talhões de produção agrícola, muitas vezes próximos ou conectados a áreas de vegetação natural oferece benefícios à agricultura, possibilitando a prestação de serviços ecossistêmicos essenciais como a conservação de água, proteção da fauna e regulação do clima. Esta configuração favorece a integração entre a atividade agrícola e os ecossistemas naturais, promovendo conservação ambiental e otimizando a sustentabilidade dos sistemas de produção.   

Outro estudo conduzido pela mesma universidade olhou a fundo para a saúde do solo, com coletas de amostras em três categorias de talhão (vegetação natural, cana e grãos) e constatou que a atividade microbiana, medida através de enzimas como a beta-glicosidase, está intimamente ligada às boas práticas. Os talhões dedicados à soja, onde são adotadas práticas avançadas de agricultura regenerativa, registraram maior atividade enzimática quando comparado aos talhões de cana onde a intensificação de tais práticas ainda está por vir. 

Transformação pelo exemplo

Por meio do programa Bayer ForwardFarming, a Bayer espera engajar diferentes atores, como produtores, iniciativa privada, pesquisadores, sociedade civil e agências governamentais, demonstrando resultados concretos da agricultura regenerativa. “A ideia é que os produtores parceiros liderem pelo exemplo e inspirem cada vez mais agricultores, demonstrando sua jornada sustentável. Isso traz credibilidade para as mudanças necessárias para enfrentar os atuais desafios do setor e reforça nossa visão de futuro da agricultura: ‘Produzir mais, restaurar a natureza e escalar a agricultura regenerativa’”, ressalta a diretora de Sustentabilidade da Bayer, Carolina Graça.

No Brasil, a Fazenda Nossa Senhora Aparecida, em Água Fria de Goiás (GO), propriedade da família Fiorese, faz parte da iniciativa desde 2016.  Atualmente, são 29 fazendas espalhadas em 14 países, com produtores dispostos a compartilhar suas experiências e resultados com a cadeia.  
 

Fonte: Bayer

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