Sustentabilidade: Maior desafio do agro brasileiro é comunicar as ações, avaliam líderes do complexo soja
Para um agronegócio que já produz preservando e cresce sobre um pilar sólido de sustentabilidade, o maior desafio é comunicar sobre isso. Primeiramente aos brasileiros e, na sequência, aos clientes internacionais do Brasil, hoje o terceiro maior exportador mundial de alimentos.
Durante o BTG AgroForum, nesta sexta-feira (12), a visão foi compartilhada pelo presidente da Abiove (Associação Nacional das Indústrias de Óleos Vegetais), André Nassar, e pelo CEO da 3Tentos, Luiz Osório Dumoncel.
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"Não se pode promover esse antagonismo entre produção e preservação. Nossa geração é responsável por uma sustentabilidade de verdade, mas que venha com uma oferta de alimentos de qualidade e seguros, em um meio ambiente que esteja equilibrado", afirma Dumoncel.
Do mesmo modo, Nassar destacou as relações erradas que ainda se firmam entre a produção de soja e o desmatamento no Brasil e a dificuldade de fazer com que os compradores da oleaginosa brasileira se desfaçam destes conceitos já pré concebidos sobre a produção nacional. A Abiove monitora o desmatamento há mais de 10 anos e, ainda como afirma Nassar, "o ponto chave é como se comunica tudo isso".
"Temos uma produção que cresce muito, mas o desmatamento ilegal tem dinâmica própria, não é sempre associado à agricultura", complementa.
Assim, Dumoncel afirma também que o papel da sustentabilidade social do setor - como a criação de 65 mil vagas de empregos em 2020 ou 18 milhões de pessoas trabalhando no setor - também tem de ser comunicado ao lado da sustentabilidade ambiental tão forte no Brasil.
Ambos também afirmaram durante o fórum que o país tem ampliado suas ações no chamado ambiente ESG - Environmental, Social and Corporate Governance - ou Governança Ambiental, Social e Corporativa, destacando programas como o Renovabio, a Agricultura de Baixo Carbono, além de outras iniciativas, inclusive privadas.