Frio intenso: Geada atinge áreas pontuais de café e algodão em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso

Publicado em 20/05/2022 10:52 e atualizado em 23/05/2022 11:27
Até o momento não há relatos de perdas expressivas, mas impactos ainda estão sendo avaliados pelos dois setores

Confirmando as previsões anteriores, a sexta-feira (20) ainda amanheceu gelada no Centro-Sul do Brasil. O setor produtivo estava em estado de alerta com a atuação de uma massa de ar frio desde o início da semana, e geadas foram registradas em áreas pontuais de café e algodão. Até as 10h (horário de Brasília) não havia registros de impactos severos, mas as condições estão sendo monitoradas em toda a região.

No caso do café, o frio foi mais intenso e os pontos com "geada de capote" foram registrados para mais produtores. Há relatos da ocorrência em cidades no Sul de Minas Gerais e também no Cerrado Mineiro.  José Donizeti Alves, professor e pesquisador da Universidade Federal de Lavras (UFLA), explica que as primeiras informações indicam a geada de capote, em áreas de baixada e de fraca intensidade. 

"O problema foi a massa de ar gelada que passou nas lavouras, queimando a gema apical o que vai induzir a super brotação no ramo atingido", afirma. Segundo o professor, esse já é um cenário conhecido do produtor, mas que ainda assim traz efeito psicológico para quem está no campo, principalmente depois dos eventos climáticos registrados no ano passado. Para esse dano na planta não é preciso muito tempo de onda de frio, basta que uma massa de ar mais gelado passe pelo cafeeiro para colocar parte da planta em risco e de acordo com o professor não existem alternativas para proteger o cafezal das temperaturas mais baixas. 

Ainda em relação à produção de café, vale lembrar que a colheita do arábica ainda está ganhando força nas principais áreas de Minas Gerais e o frio intenso pode atrasar a maturação do grão, atrasando então o início efetivo da colheita da safra 22. "Adicionalmente nós estamos em plena colheita e muitos lugares os frutos ainda não amadureceram, estão bastante verdes. Essa massa de ar frio vai fazer exatamente com que a maturação dos frutos se prolonguem por mais tempo, então nós vamos ter amadurecimento mais tardio, esse é um outro problema que temos com esse frio", acrescenta. 

O frio avançou também para o Cerrado Mineiro, nas cidades de Patrocínio, Campos Altos, Serra do Salitre e Rio Paranaíba. Segundo Juliano Tarabal - Superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro, as temperaturas tão baixas chamam atenção do produtor, mas que assim como nas outras áreas, a geada aconteceu de forma pontual, diferente do observado no ano passado quando o evento climático atingiu boa parte do Cerrado Mineiro. As preocupações, no entanto, continuam no radar já que em 2022 boa parte da região teve severos impactos que ainda estão sendo observados pelo cafeicultor. 

Veja imagens registradas no Cerrado Mineiro: 
 

 

 

Lavouras de algodão atingidas em Goiás e no Mato Grosso 

Também foram registradas geadas em áreas de produção de algodão no sudoeste de Goiás e no sul do Mato Grosso. A Associação Goiana dos Produtores de Algodão (AGOPA) confirma, via assessoria, a ocorrência de geadas nesta semana, mas afirma que técnicos agrícolas ainda estão em campo avaliando os impactos. 

No Mato Grosso, a Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão (AMPA) também confirmou o episódio de geada em Campo Verde/MT, mas os danos também estão sendo contabilizados com parte da equipe fazendo levantamento em campo nesta sexta-feira (20). O Notícias Agrícolas continua monitorando as condições do tempo nas principais áreas de produção agrícola do país, assim como o levantamento sendo para avaliar o impacto da onda de frio nessas áreas. 

Veja fotos registradas em áreas de algodão no Centro-Oeste: 

 

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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