Santa Catarina bate recorde histórico nas exportações de carnes em 2022
O ano de 2022 encerrou com recorde histórico para o agronegócio de Santa Catarina. Foram mais de 1,7 milhão de toneladas de carnes embarcadas, gerando um faturamento que passa de US$ 3,8 bilhões – aumento de 13,4% em relação ao ano anterior. O estado segue como maior produtor de suínos e segundo maior produtor de aves do Brasil, com acesso a 137 países, entre eles os mercados mais exigentes do mundo.
“Santa Catarina continua sendo o maior produtor nacional de carne suína e o segundo maior produtor de carne de frango do país e as exportações continuam bastante fortes, com altas importantes. Continuamos atentos para manter os mercados abertos e reduzir os custos de produção. O setor produtivo conta com nosso apoio para manter o nosso status sanitário, temos que evitar a entrada de doenças que possam prejudicar nossos rebanhos e manter a excelência e a qualidade da nossa produção. Vamos trabalhar para que Santa Catarina continue forte nas exportações e também no mercado interno, garantindo a alimentação dos brasileiros e fornecendo alimentos para o mundo”, destaca o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Valdir Colatto.
Em dezembro, a soma dos embarques de carne suína, frango, bovinos, perus, patos e marrecos chegou a 147,9 mil toneladas. O que demonstra um crescimento de 3,3% em relação ao mesmo período de 2021. As receitas passaram de US$ 340,9 milhões, aumento de 20,9% na comparação com dezembro do ano anterior.
Mesmo com os bons resultados em 2022, o setor produtivo entra em 2023 com movimentos mais cautelosos. O presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne), José Antônio Ribas Júnior, explica que o ano inicia com várias questões a serem resolvidas e que impactam diretamente o agronegócio brasileiro: alta nos preços dos grãos, problemas de logística e questões tributárias e fiscais.
“Vamos viver altos e baixos. Teremos algumas dificuldades de mercado e, ao mesmo tempo, a abertura de novos mercados e aumento de volumes embarcados. É um ano para termos cautela, para tentar equilibrar oferta e demanda, para conseguirmos remunerar a cadeia produtiva e colocarmos alimentos à disposição de todos. Faremos movimentos mais realistas em termos de produção”, afirma.
Carne de frango
Carro chefe das exportações catarinenses, os embarques de carne de frango passaram de 1 milhão de toneladas em 2022. E o faturamento atingiu a marca de US$ 2,2 bilhões, alta de 19,5% frente ao mesmo período de 2021. São mais de 130 países compradores e os principais mercados da avicultura catarinense são Japão, Holanda e China.
Segundo o analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), Alexandre Giehl, 2023 deverá trazer grandes desafios para o setor, principalmente na questão sanitária, porém será mais um ano de resultados positivos.
“A perspectiva de expansão da influenza aviária em diversos países exportadores, em especial os Estados Unidos, deve gerar oportunidades de negócios para o Brasil. Além disso, a continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia também aumenta a demanda internacional pelo produto, já que os dois países são importantes produtores e exportadores de carne de frango e o conflito entre ambos prejudica sua participação no mercado mundial”, explica.
Carne Suína
Com mais de 80 mercados abertos, a suinocultura catarinense vem ganhando cada vez mais espaço internacional. Em 2022, o setor bateu o recorde nas exportações chegando a um faturamento de US$ 1,4 bilhão. O valor representa 56,3% do total brasileiro.
No último ano, foram 602,1 mil toneladas embarcadas, crescimento de 4,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os principais mercados de Santa Catarina são China, Filipinas e Chile.
Ao longo de 2022, os catarinenses aumentaram substancialmente as vendas para países como Filipinas (alta de 138,5% em quantidade e 164,1% em receitas) e Japão (alta de 80,4% em quantidade e 67,4% nas receitas).
Os números são divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e analisados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) no Boletim Agropecuário de janeiro.