BRF suspende uso de máscara em fábrica no PR e cita queda de Covid; rivais mantêm
Por Ana Mano
SÃO PAULO (Reuters) – A processadora de alimentos BRF confirmou que tornará o uso de máscara facial “opcional” em sua fábrica de frangos de Carambeí (PR) a partir de domingo, de acordo com um comunicado enviado à Reuters nesta terça-feira.
A medida foi detalhada em um memorando interno visto pela Reuters anteriormente.
A empresa disse que o plano levou em consideração a melhoria dos indicadores de Covid no Brasil, o alto índice de colaboradores com ciclo vacinal completo (97,4%) e as recomendações das autoridades de saúde.
Outros grandes frigoríficos no Brasil, no entanto, não mudaram suas políticas de proteção ao trabalhador.
A JBS, maior produtora de carne do mundo, disse à Reuters que está mantendo a exigência de máscaras em suas unidades como parte do protocolo de prevenção à Covid. As processadoras de carne bovina Minerva e Marfrig disseram o mesmo em comunicados separados.
A Aurora, terceira maior companhia de aves e suínos no país, também mantém o uso de máscaras “nas principais plantas industriais, pois essas são unidades que exportam para países que exigem o uso da máscara”.
A China, que suspendeu seletivamente a compra de carne do Brasil e de outros países devido a preocupações com a Covid desde o início da pandemia, continua a aplicar medidas rigorosas para conter a propagação do coronavírus.
A fábrica da BRF em Carambeí está autorizada a exportar produtos de frango para Hong Kong, Egito e África do Sul, entre outros, segundo o site do Ministério da Agricultura.
O uso de máscaras faciais em Carambeí continuará sendo obrigatório para trabalhadores em grupos de risco, incluindo maiores de 60 anos ou indivíduos imunossuprimidos, informa a BRF.
O sindicato de Carambeí disse, citando informações da BRF, que a medida estaria em linha com um Termo de Ajuste de Conduta nacional assinado entre a empresa e o Ministério Público do Trabalho.
Procurado pela Reuters, o Ministério Público do Trabalho no Paraná solicitou que as questões acerca do tema fossem encaminhadas aos procuradores de Santa Catarina, que, por sua vez, não retornaram a um pedido de comentários da reportagem.
Quando as infecções por coronavírus começaram a se alastrar pelos frigoríficos brasileiros em 2020, algumas empresas, incluindo a BRF, assinaram acordos com procuradores do trabalho em diferentes Estados com o objetivo de melhorar a proteção dos trabalhadores.