BRF planeja elevar preços no Brasil em 2015 para melhorar receita

Publicado em 29/04/2015 11:44

SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de alimentos BRF, uma das maiores exportadoras globais de proteína animal, pretende aumentar preços aos consumidores brasileiros ao longo de 2015 para recompor um aumento de custos e ainda melhorar a receita, disseram nesta quarta-feira executivos da empresa.

"Estou confiante de que vamos conseguir fazer um movimento de preço que não só recompõe os custos, mas vai se fazer de forma a alavancar nossa posição no mercado também", disse o presidente global Pedro Faria, em conferência com analistas para analisar os resultados do primeiro trimestre de 2015.

Os preços médios praticados pela empresa entre janeiro e março no Brasil subiram 9,8 por cento na comparação anual, compensando uma queda de 3,5 por cento no volume, permitindo uma receita operacional líquida 5,9 por cento maior no país.

Segundo a BRF, a recente desvalorização do real frente o dólar é, no geral, benéfica para a empresa, já que melhora o lucro das exportações. No entanto, ela também gera aumento de custos no Brasil, já que os preços da ração para os animais e de outros insumos também sobem.

"Devemos buscar recomposição de inflação via aumento de preços, sem considerar todas as estratégias que temos, mais amplas, de crescimento do mercado", disse o vice-presidente de finanças Augusto Ribeiro Jr.

O plano da empresa é colocar em prática neste ano uma estratégia que começou a ser desenhada em 2014, de trabalhar com uma gama maior de preços em diferentes canais de distribuição, regiões do país e categorias de produto.

"É quando você começa a enxergar cada vez mais células de negócios menores e mais profundas, para que você possa atuar de forma granular e não simplesmente no atacado", disse Faria.

"É fazer o mercado aderir aos preços que a gente imagina", afirmou o executivo.

A BRF anunciou na véspera que teve lucro líquido de 462 milhões de reais no primeiro trimestre de 2015, aumento de 42,8 por cento ante o mesmo período de 2014.

(Por Gustavo Bonato)

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Fonte: Reuters

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