Café: Cotações do arábica demonstram fraqueza técnica e despencam quase 400 pts nesta 6ª feira em NY

Publicado em 16/02/2018 16:45

O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) despencou quase 400 pontos na sessão desta sexta-feira (16) e chegou ao menor patamar em dois meses. Vendas foram desencadeadas ao longo do dia com o mercado sem forças para se manter acima de US$ 1,235 por libra-peso e motivaram o cenário baixista, além de novas informações sobre o potencial produtivo do Brasil na safra 2018/19.

O vencimento março/18 fechou a sessão de hoje cotados a 117,95 cents/lb com queda de 380 pontos, o maio/18 registrou 120,45 cents/lb com recuo de 370 pontos. Já o contrato julho/18 encerrou o dia com 122,75 cents/lb e desvalorização de 360 pontos, enquanto que o setembro/18, mais distante, fechou a sessão cotado a 125,05 cents/lb com recuo de 355 pontos.

"Os sinais de venda baseados em indicadores gráficos foram desencadeados depois de os preços não conseguiram se manter acima de US$ 1,235, um nível de suporte anterior, e depois em torno de US$ 1,21", noticiou a Reuters internacional. Além disso, ainda do lado técnico, o mercado também foi pressionado com liquidações diante do primeiro aviso de vencimento do contrato março/18.

Na próxima segunda-feira (19), não haverá negociação na ICE por conta do Dia do Presidente. Os negócios serão retomados na terça-feira (20).

Fundamentalmente, o mercado do arábica também oscilou na sessão com operadores acompanhando de perto as informações desencontradas sobre a safra 2018/19 do Brasil. A Terra Forte estimou na quarta-feira que o país colherá uma produção recorde de 59,15 milhões de sacas de 60 kg, ante as ante 48,17 milhões da temporada anterior.

Já a Cooxupé, maior cooperativa do Brasil, e uma das maiores do mundo, estima que a safra 2018 de café arábica do país fique entre 40 e 42 milhões de sacas. Profissionais da Cooxupé realizaram um tour por mais de 2 mil quilômetros em lavouras de café no Sul de Minas Gerais, Cerrado e Mogiana.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima a safra geral brasileira entre 54,44 e 58,51 milhões de sacas, com possibilidade de recorde. A autarquia atribui a alta produção à bienalidade positiva e condições climáticas favoráveis. O levantamento foi realizado no mês de dezembro.

Leia mais:
» Cooxupé estima safra brasileira de café arábica entre 40 e 42 milhões de sacas

Por outro lado, segundo destacou em relatório recente o analista Rodrigo Costa, operadores também estão de olho em dados menos otimistas. "Números que indicavam uma safra próxima ou acima de 65 milhões de sacas não parecem ser a percepção da maioria e, portanto, podem gradualmente contribuir para dissipar um pouco esta sensação de que os preços devam cair muito mais", disse em relatório Rodrigo Costa, analista e diretor da Comexim nos Estados Unidos.

Informações da Colômbia também chegaram aos operadores externos, sem reflexos. Os suprimentos no país estão apertados, as exportações atrasadas, e importadores dos Estados Unidos têm adquirido café dos estoques. "Eles estão segurando o máximo que podem e estão colhendo menos do que o esperado", disse Christian Wolthers, presidente e diretor executivo da Wolthers Douqué, uma importadora de café americana.

Mercado interno

Depois de vários dias com negócios isolados, a recente alta do dólar contribuiu para que algumas transações fossem realizadas, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP)."Apesar de parte dos agentes seguir retraída, a comercialização do café arábica ganhou ligeiro impulso nos últimos dias, devido à valorização do dólar frente ao Real, conforme indicam pesquisadores do Cepea", disse.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca a R$ 480,00 e alta de 2,13%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 466,00 e queda de 2,10%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com queda de 2,15% e saca a R$ 455,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) (-1,11%), Franca (SP) (-2,20%), Lajinha (MG) (estável), Média Rio Grande do Sul (estável) e Poços de Caldas (MG) (-2,20%), ambas com saca a R$ 445,00. A maior oscilação no dia foi registrada na Patrocínio (MG) com queda de 3,33% e saca a R$ 435,00.

Na quinta-feira (15), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 441,95 e queda de 0,19%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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