Café: Bolsa de Nova York cai mais de 200 pts nesta 3ª feira com pressão do câmbio e em ajustes
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta terça-feira (30) com alta de mais de 200 pontos. Pela segunda sessão consecutiva, o mercado recuou em acomodação técnica depois de alguns vencimentos atingirem US$ 1,30 por libra-peso, com câmbio e, em menor intensidade, informações sobre as condições climáticas no Brasil.
Os lotes com vencimento para março/18 fecharam a sessão de hoje cotado a 122,30 cents/lb com queda de 265 pontos, o maio/18 registrou 124,65 cents/lb com recuo de 255 pontos. Já o contrato julho/18 encerrou o dia com 127,05 cents/lb e desvalorização de 250 pontos enquanto o setembro/18, mais distante, fechou a sessão cotado a 129,40 cents/lb com baixa de 250 pontos.
Após consecutivas altas nos últimos dias, que fizeram com que as cotações da variedade se aproximassem do patamar de US$ 1,30/lb, as cotações da variedade passaram por acomodação técnica nas duas últimas sessões. Analistas internacionais consideram a queda como técnica e natural. Além disso, o câmbio também impactou o mercado na véspera.
"Os futuros ficaram ligeiramente mais baixos com negociações especulativas ligadas à força do dólar americano. Os gráficos apresentam uma tendência lateralizada no momento e os especuladores permanecem muito vendidos e pode querer reduzir parte dessas posições", disse em relatório o analista de mercado e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
O dólar comercial fechou em alta ante o real pela segunda sessão consecutiva nesta terça-feira acompanhando o desempenho da moeda norte-americana no exterior. A divisa avançou 0,42%, cotada a R$ 3,1799 na venda. A moeda mais alta tende e encorajar as exportações da commodity pelo Brasil já que as transações são feitas em dólar.
Em menor intensidade, também ainda repercutem no mercado as expectativas positivas para a produção na safra 2018/19 de café do Brasil diante das condições climáticas registradas no cinturão do país. De acordo com o modelo Cosmo do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) são previstas chuvas em Minas Gerais, maior estado produtor. Também devem ocorrer precipitações no Espírito Santo, Rondônia e Paraná nos próximos dias.
"Comerciantes estão notando o bom tempo sendo relatado no Brasil e esperam outra grande safra. Estas ideias tem o apoio na estimativa da Conab que veio maior do que o esperado pelo mercado e foi muito em linha de muitas estimativas privadas", explicou em relatório Jack Scoville.
Mercado interno
As praças de comercialização do Brasil seguem com negócios isolados. Os preços nas animam os produtores do grão a voltarem ao mercado. Diante das condições climáticas e do atual panorama da safra, a tendência é de preços ainda mais baixos, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca a R$ 480,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Lajinha (MG) com queda de 2,13% e saca a R$ 460,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 461,00 e queda de 0,65%. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Varginha (MG) com queda de 2,22% e saca a R$ 440,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 460,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Guaxupé (MG) com desvalorização de 2,27% e saca cotada a R$ 430,00.
Na segunda-feira (29), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 443,88 e queda de 0,17%.