Café: Após altas seguidas, Bolsa de Nova York se ajusta e fecha sessão desta 2ª feira com leve baixa
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta segunda-feira (29) com leve baixa. Depois de três altas seguidas, o mercado externo passou por ajustes técnicos depois que os principais vencimentos se aproximaram de US$ 1,30 por libra-peso. O câmbio também pressionou os preços externos do grão.
Os lotes com vencimento para março/18 fecharam a sessão de hoje cotado a 124,95 cents/lb com queda de 20 pontos, o maio/18 registrou 127,20 cents/lb com recuo de 30 pontos. Já o contrato julho/18 encerrou o dia com 129,55 cents/lb e desvalorização de 30 pontos e o setembro/18, mais distante, fechou a sessão cotado a 131,90 cents/lb com baixa de 35 pontos.
"Nas primeiras horas de negociação, as cotações trabalharam em alta refletindo o relatório das casas corretoras divulgado na última sexta que apresentou fundos de investimentos vendidos em 45.832 contratos. Porém, nas últimas horas do pregão, o movimento reverteu", disse em relatório Anilton Machado, analista da Origem Corretora.
Depois de seguidas altas, esse movimento de reversão do mercado ocorreu motivado principalmente por ajustes técnicos considerados naturais depois que alguns vencimentos ficaram próximos do patamar de US$ 1,30/lb. Durante a sessão, o câmbio também ajudou a pressionar as cotações externas da variedade.
O dólar comercial encerrou a sessão desta segunda-feira com alta de 0,84%, cotado a R$ 3,1665 na venda. A divisa passou por um movimento de correção após as quedas recentes motivadas pela cena política no Brasil. A moeda estrangeira mais valorizada ante o real tende a dar maior competitividade às exportações da commodity.
Apesar da alta recente, o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville, havia adiantado que os operadores seguiam atentos à safra 2018/19 do Brasil. "Comerciantes estão notando o bom tempo sendo relatado no Brasil e esperam outra grande safra. Estas ideias tem o apoio na estimativa da Conab que veio maior do que o esperado pelo mercado e foi muito em linha de muitas estimativas privadas", disse em relatório.
Mercado interno
Os negócios com café seguem acontecendo de forma isolada nas praças de comercialização do Brasil e os preços nas animam os produtores a voltarem ao mercado. Diante das condições climáticas e do atual panorama da safra, a tendência é de preços ainda mais baixos, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) (-2,04%), Guaxupé (MG) (+1,05%) e Patrocínio (MG) (-1,03%), ambas com saca a R$ 480,00. A maior oscilação no dia ocorreu em Lajinha (MG) com alta de 4,44% e saca a R$ 470,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 e alta de 2,17%. Foi a maior oscilação dentre as praças no dia.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação no dia em Araguari (MG) com saca a R$ 460,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Lajinha (MG) com valorização de 2,27% e saca cotada a R$ 450,00.
Na sexta-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 444,62 e alta de 0,79%.