Café: Bolsa de NY sobe pela quarta sessão seguida em ajustes e de olho nas exportações e estoques
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta segunda-feira (18) com alta próxima de 100 pontos. Essa é a quarta valorização seguida. O mercado segue em ajustes técnicos depois de ficar abaixo do patamar de US$ 1,20 por libra-peso nos últimos dias, mas também tem suporte das baixas exportações brasileiras e dos dados de estoques dos Estados Unidos.
Os lotes com vencimento para dezembro/17 fecharam a sessão de hoje cotados a 118,55 cents/lb com alta de 160 pontos, o março/18 registrou 121,90 cents/lb com avanço de 115 pontos. Já o contrato maio/18 encerrou o dia com 124,15 cents/lb e valorização de 120 pontos e o julho/18, mais distante, fechou a sessão cotado a 126,50 cents/lb e 130 pontos de alta.
O mercado do arábica segue em acomodação, apesar de chegar a oscilar dos dois lados da tabela na sessão, depois de os principais vencimentos caírem para os níveis mais baixos em mais de cinco meses nos últimos dias, em cerca de US$ 1,20/lb. Depois dessas desvalorizações com otimismo coma safra brasileira, houve reação técnica no terminal e outras informações também acabaram contribuindo para o suporte nas cotações.
As baixas exportações do Brasil é um dos fatores contribuem para a alta nas cotações. O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) informou na terça-feira que as exportações de café do Brasil totalizaram 2,78 milhões de sacas de 60 kg em novembro, com receita cambial chegando a US$ 460,6 milhões e o preço médio em US$ 165,34. Em termos de volume embarcado, houve uma queda de cerca de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Para o Escritório Carvalhaes, uma das principais corretoras do grão no país, novas baixas podem acontecer nos embarques do país. "O mercado físico brasileiro continuou difícil, com ofertas consideradas baixas pela maioria dos produtores, mas já estamos em meados de dezembro e os cafeicultores que querem vender ainda em 2017 acabam fechando negócio nas bases oferecidas pelos compradores".
Divulgados na sexta-feira (15) pela GCA (Green Coffee Association), os estoques de café dos Estados Unidos também contribuíram para a alta do mercado. Os estoques do país tiveram a maior queda do ano no mês de novembro (297,53 mil sacas de 60 kg) e voltaram a ficar próximos dos níveis registrados em março, com 6,73 milhões de sacas. Essa é a quarta queda seguida no ano e também a maior em três anos.
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O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou também na sexta que a produção global na safra 2017/18, de 159,9 milhões de sacas, deve superar o consumo, que foi estimado em 158,5 milhões de sacas. A produção total do Brasil foi apontada em 51,2 milhões de sacas, abaixo da estimativa anterior de 52,1 milhões de sacas.
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Mercado interno
Os negócios com café seguem lentos nas praças de comercialização do Brasil, já em ritmo de final de ano. " O mercado físico brasileiro continuou difícil, com ofertas consideradas baixas pela maioria dos produtores, mas já estamos em meados de dezembro e os cafeicultores que querem vender ainda em 2017 acabam fechando negócio nas bases oferecidas pelos compradores", disse o Escritório Carvalhaes em nota na semana passada.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca cotada a R$ 500,00 – estável. A maior variação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) (R$ 482,00) e Poços de Caldas (MG) (R$ 480,00), ambas com alta de 1,05%.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 470,00 e alta de 1,11%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com queda de 6,38% e saca cotada a R$ 440,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 460,00 – estável. A maior variação no dia dentre praças ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com queda de 2,20% e saca a R$ 445,00.
Na sexta-feira (15), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 444,19 e queda de 0,33%.