Café: Bolsa de NY cai mais de 100 pts nesta 5ª feira e vencimentos ficam abaixo de US$ 1,30/lb
O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltou a fechar do lado vermelho da tabela na sessão desta quinta-feira (27). As cotações da variedade recuaram em movimento técnico e com operadores atentos às informações sobre a safra do Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo. Os vencimentos próximos já estão abaixo do patamar de US$ 1,30 por libra-peso.
O contrato maio/17 fechou a sessão de hoje cotado a 127,10 cents/lb com queda de 105 pontos, o julho/17, referência de mercado, registrou 129,50 cents/lb com recuo de 120 pontos. Já o vencimento setembro/17 encerrou o dia com 131,90 cents/lb e desvalorização de 120 pontos e o dezembro/17, mais distante, caiu 125 pontos, fechando a 135,45 cents/lb. Essa é a segunda sessão seguida de baixa.
Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 5ª feira - Fonte: Investing
"O dia foi caracterizado pela manutenção do viés vendedor, rompendo o referencial de 130,00 centavos, o que pode até mesmo abrir perspectiva para vendas ainda mais expressivas", afirma o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado. A cotação para vencimento em julho/17 fechou com queda de 120 pontos depois de tocar mínima de mais de um ano, a 128,65 cents/lb.
Os operadores no terminal externo também estão bastante atentos ao clima no Brasil. A colheita no país começa nos próximos meses e o otimismo para 2018 é grande. Uma frente fria avança por áreas produtoras do país com instabilidade e frio. Essa onda eleva as preocupações com geadas nos cafezais brasileiros por conta das chances de desabastecimento.
O câmbio também contribuiu para as perdas no mercado. O dólar comercial subiu 0,28%, cotado a R$ 3,1820 na venda, acompanhando a oscilação da moeda no exterior e o sucesso do governo na aprovação da reforma trabalhista na Câmara dos Deputados. No mês, o dólar acumula alta de 2,22%. A moeda estrangeira mais alta em relação ao real tende a dar maior competitividade às exportações da commodity.
Nas últimas sessões, os fundos de investimento aumentaram o saldo líquido comprado do café além do que era esperado pelos especialistas de mercado e podem liquidar posição.
O Rabobank, um dos principais bancos especializados em commodity do mundo, reduziu sua previsão de 150 cents por libra-peso para 142 cents por libra-peso nos preços futuros do café arábica negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) diante de uma recente onda de "sell-off" – venda rápida de commodities –, mas manteve sua estimativa acima dos valores negociados no momento. As informações são do site internacional Agrimoney.
Mercado interno
Os negócios com café seguem isolados nas praças de comercialização do Brasil e os preços registraram curtas oscilações nesta quinta. Os preços estão distantes do desejo do produtor e a proximidade da colheita nas principais áreas produtoras do país também impacta nas exportações.
No mês de abril, até o dia 25 de abril, a desvalorização acumulada do Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, bebida dura para melhor, posto em São Paulo, foi de 4,8%. As baixas do arábica, por sua vez, estão atreladas à proximidade da colheita da temporada 2017/18, que deve começar em maio, às oscilações do dólar e à forte queda externa. As informações são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca cotada a R$ 500,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com baixa de 1,04% e R$ 475,00 a saca.
O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Varginha (MG) com 455,00 a saca e queda de 1,09%. Essa foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação no Oeste da Bahia com saca a R$ 467,50 e queda de 1,06%. A maior variação dentre as praças no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 1,13% e saca a R$ 437,00.
Na quarta-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 453,92 e alta de 0,34%.