Café: Bolsa de Nova York esboça reação nesta 5ª feira após cair abaixo de US$ 1,40/lb nos últimos dias
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quinta-feira (6) com leve alta nos principais vencimentos e recuperaram as perdas registradas na sessão anterior. O mercado vem de quatro quedas seguidas nos últimos dias, mas ainda assim segue sem muitas novidades fundamentais. No Brasil, poucos negócios são realizados.
O contrato maio/17, referência de mercado, fechou a sessão cotado a 137,75 cents/lb com alta de 45 pontos, o julho/17 registrou 140,10 cents/lb com avanço de 50 pontos. Já o vencimento setembro/17 encerrou o dia com 142,45 cents/lb e valorização de 55 pontos e o dezembro/17, mais distante, também avançou 55 pontos, fechando a 145,85 cents/lb.
Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 5ª feira - Fonte: Investing
De acordo com o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado, a sessão desta quinta foi sem novidades e com a preservação dos recentes intervalos. "Boa parte das negociações foram de rolagens de posição do maio para o julho", ponderou em relatório.
Agências internacionais de notícias informam que o mercado do arábica permanece frágil sem reportes de problemas com o abastecimento, além da falta de notícias fundamentais.
Apesar da valorização voltar ao mercado, depois de quatro pregões seguidos de baixa e de os vencimentos mais próximos perderem o patamar de US$ 1,40/lb, os preços externos do grão seguem oscilando tecnicamente. O câmbio também chegou a impactar as cotações durante o dia uma vez que influenciam nas exportações da commodity.
O dólar comercial, no entanto, fechou a sessão desta quinta-feira com alta de 0,99%, cotado a R$ 3,1457 na venda, mas chegou a operar em baixa. Os investidores estão nervosos no mercado com as informações sobre a reforma da Previdência, tida como essencial para colocar as contas públicas em ordem. As informações são da Reuters.
"Está caindo a ficha de que a reforma da Previdência pode ficar aquém do esperado e afugentar o investidor estrangeiro", comentou o chefe da mesa de operações de uma corretora nacional à agência.
De acordo com o analista de mercado e diretor da Comexim nos Estados Unidos, Rodrigo Costa, levando em conta análises dos últimos cinco anos, o café costuma subir sazonalmente até a última semana de abril e depois entra em descendência até meados de junho.
Mercado interno
Os negócios seguiram isolados no dia. Com a proximidade da colheita e os preços ofertados, poucos produtores aceitam fazer negócios. De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), o Indicador do café arábica do tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, teve média de R$ 485,91/saca de 60 kg, a menor desde maio de 2016, em termos reais.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 530,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 2,61% e saca cotada a R$ 511,00.
O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com 535,00 a saca e avanço de 0,94%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) (+1,03%) e Oeste da Bahia (+0,51), ambos com saca cotada a R$ 490,00. A cidade de Espírito Santo do Pinhal (SP) teve a maior oscilação dentre as praças no dia com queda de 2,13% e saca a R$ 460,00.
Na quarta-feira (5), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 471,31 com queda de 0,64%.