Café: Bolsa de NY cai cerca de 50 pts nesta 4ª e preços no Brasil registram mínimas de dez meses em março

Publicado em 05/04/2017 17:46

O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fechou a sessão desta quarta-feira (5), mais uma vez, próximo da estabilidade e do lado vermelho da tabela pela quarta sessão seguida. As cotações oscilaram tecnicamente e seguem a tendência negativa nos últimos dias com sinais de tranquilidade no abastecimento e sem muitas novidades fundamentais. No Brasil, o Indicador do Cepea para o arábica registrou em março o menor valor em dez meses.

O contrato maio/17, referência de mercado, fechou a sessão cotado a 137,30 cents/lb com queda de 45 pontos, o julho/17 registrou 139,60 cents/lb com baixa de 45 pontos. Já o vencimento setembro/17 encerrou o dia com 141,90 cents/lb e queda de 50 pontos e o dezembro/17, mais distante, também recuou 50 pontos, fechando a 145,30 cents/lb.

Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 4ª feira - Fonte: Investing

Sem muitas novidades fundamentais para repercutir, os contratos futuros do café arábica na ICE oscilaram mais tecnicamente nesta quarta e seguiram a tendência negativa presenciada nos últimos dias. O câmbio – ainda que em menor intensidade –, que impacta diretamente as exportações da commodity, também promoveu pressão ao mercado.

Após oscilar dos dois lados da tabela, o dólar comercial encerrou a sessão de hoje com alta de 0,55%, cotado a R$ 3,1149 na venda. O mercado repercutiu os temores com a reforma da previdência diante de um levantamento que aponta que o governo não deve conseguir no momento aprovar a reforma da Previdência na Câmara, nem com uma proposta mais branda. As informações são da Reuters.

De acordo com o analista de mercado e diretor da Comexim nos Estados Unidos, Rodrigo Costa, levando em conta análises dos últimos cinco anos, o café costuma subir sazonalmente até a última semana de abril e depois entra em descendência até meados de junho.

O mercado do arábica na ICE não chegou a repercutir na sessão as preocupações do Instituto hondurenho de café com a ferrugem, registrada em oito dos quinze distritos produtores de café do país. "É claro que isso não é apenas um problema hondurenho, mas com os produtores centro-americanos estão próximos uns dos outros e a capacidade da ferrugem da folha se espalhar, torna-se um problema", disse a trader sul-africana I&M Smith.

Leilões de café da Conab

Foi arrematada toda a oferta de cerca de 3,5 mil sacas de 60 kg de café arábica no leilão público da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), realizado na manhã de quarta-feira (5), (aviso nº 074/2017), (aviso nº 075/2017) e (aviso nº 076/2017). Os preços negociados, dependendo do lote, foram de R$ 361,88 a R$ 450,30 a saca. Com a venda, o governo arrecadou R$ 1,65 milhão.

Esses leilões, segundo nota da Conab, marcam o encerramento das ofertas de café arábica autorizadas pelo Conselho Interministerial de Estoques Públicos (Ciep). As operações tiveram início em janeiro. No total, foram comercializadas 6,76 milhões de sacas de café dos estoques públicos em 10 leilões. As operações foram autorizadas para atender uma estratégia de regular o mercado interno em virtude da elevação dos preços do produto.

» Café: Mais de 3 mil sacas são arrematadas em leilão da Conab nesta 4ª e governo conclui operações

Mercado interno

Nos últimos dias, com os preços ofertados pelo café distantes do desejo do produtor e a proximidade da colheita, poucos negócios acontecem nas praças de comercialização do Brasil. De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), o  Indicador do café arábica do tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, teve média de R$ 485,91/saca de 60 kg, a menor desde maio de 2016, em termos reais.

"Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão veio especialmente do baixo ritmo de negócios e da queda nos valores externos do grão. No geral, houve grande disparidade entre os preços ofertados por compradores e os pedidos por produtores, limitando os fechamentos no correr de março. Para abril, a expectativa de agentes consultados pelo Cepea é que a liquidez aumente, dada a necessidade de produtores “fazerem caixa” com a proximidade da colheita da nova temporada (2017/18) – as atividades devem ser iniciadas em junho em muitas regiões.", reportou o Centro.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 530,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 3,32% e saca cotada a R$ 498,00.

O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com 530,00 a saca e queda de 0,93%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com baixa de 2,00% e saca a R$ 490,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação no Oeste da Bahia com saca a R$ 487,50 e queda de 1,02%. A cidade de Franca (SP) teve a maior oscilação dentre as praças no dia com queda de 2,04% e saca a R$ 480,00.

Na terça-feira (4), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 474,36 com queda de 0,37%.

» Clique e veja as cotações completas de café

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Cecafé participa de reunião de alinhamento do Governo para atendimento ao EUDR
Temporada de furacão na América Central, safra no BR, estoques e impactos no Vietnã; entenda oscilação intensa no café
Sistema de irrigação custeado pelo Governo de MT garante produção de café em Colniza
Mapa define linhas de crédito e destina R$ 6,88 bilhões para o Funcafé
Safra andando bem no Brasil e Nova York operando com desvalorização nesta 4ª feira