Café: Bolsa de NY sobe com compras especulativas nesta 2ª, mas fecha sessão com queda de 100 pts
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Future US) oscilaram dos dois lados da tabela durante esta segunda-feira (3), mas fecharam com queda de cerca de 100 pontos. O mercado registrou compras especulativas durante o dia, mas elas perderam forças no fim dos trabalhos. Ainda assim, os principais vencimentos seguem próximos do patamar de US$ 1,40 por libra-peso.
O contrato maio/17, referência de mercado, fechou a sessão cotado a 137,85 cents/lb com queda de 145 pontos, o julho/17 registrou 140,25 cents/lb com baixa de 140 pontos. Já o vencimento setembro/17 encerrou o dia com 142,60 cents/lb e queda de 140 pontos e o dezembro/17, mais distante, também recuou 140 pontos, fechando a 145,95 cents/lb.
"Nas primeiras horas de negociações, as cotações chegaram a trabalhar em alta chegando a máxima de 142,80 cents/lb com 350 pontos de alta com compras especulativas. Porém, o ímpeto comprador logo foi perdendo forças e o movimento de alta também e as cotações reverteram o movimento", disse o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado, em relatório.
Segundo informação reportada pela agência de notícias Reuters durante o dia, o mercado do café arábica na ICE precisaria fechar a sessão acima da média móvel de 10 dias para sustentar uma trajetória altista.
Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 2ª feira - Fonte: Investing
O analista de mercado e diretor da Comexim nos Estados Unidos, Rodrigo Costa, destacou em seu relatório semanal a falta de novidades no mercado. "Fundamentalmente não há novidades. Os diferenciais continuam “fracos” para os cafés suaves, firmes dentro do Brasil, mais oferecidos no spot com interesse pontual de compradores e de lado no Vietnã", disse.
"Seguindo a mesma linha e considerando a diferença entre oferta mundial entre as duas variedades [arábica e robusta], quase todos analistas e bancos tem recomendado a venda do contrato londrino e a compra do contrato Nova Iorquino, dada a arbitragem estreita.", disse Costa.
O câmbio, que impacta diretamente nas exportações da commodity, exerceu pouca influência sobre os preços externos do café arábica nesta segunda-feira. Repercutindo a cena política no Brasil e o cenário externo, o dólar comercial fechou o dia com queda de 0,51%, cotado a R$ 3,1150 na venda.
"Há um nervosismo com o político local, mas nada de muito concreto ainda. Então, há espaço para o dólar olhar outras coisas", comentou à Reuters o profissional de uma corretora nacional.
Mercado interno
Segundo analistas brasileiros, os negócios com café continuam lentos nas praças de comercialização do país. Os diferenciais de preços ofertados pelo grão seguem distantes do desejo do produtor. Muitos, inclusive, já venderam suas produções nos últimos meses por preços mais altos do que os registrados no momento.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) e Franca (SP), ambas estáveis e com saca cotada a R$ 530,00. A maior oscilação ocorreu em Patrocínio (MG) com queda de 3,92% e saca cotada a R$ 490,00.
O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com 535,00 a saca e queda de 0,93%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com baixa de 1,24% e saca a R$ 476,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) (estável), Franca (SP) (estável), Média Rio Grande do Sul (estável) e Oeste da Bahia (-1,01%), ambas com saca a R$ 490,00. Espírito Santo do Pinhal (SP) teve a maior oscilação dentre as praças no dia com queda de 2,08% e saca a R$ 470,00.
Na sexta-feira (31), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 475,36 com alta de 0,07%.