Café: Bolsa de Nova York esboça recuperação nesta 5ª feira após recuar por duas sessões seguidas
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quinta-feira (16) com leve alta em ajustes técnicos e com suporte do câmbio após anotarem baixa nas últimas duas sessões. Com esse avanço, os preços externos da variedade voltaram a se aproximar do patamar de US$ 1,45 por libra-peso.
O contrato março/17 encerrou o dia cotado a 139,75 cents/lb com 55 pontos de alta, o maio/17, referência de mercado, anotou 141,65 cents/lb com valorização de 75 pontos. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia com 143,90 cents/lb com avanço de 70 pontos e o setembro/17, mais distante, também subiu 70 pontos, fechando a 146,20 cents/lb.
"Negociadores disseram que o mercado foi apoiado por variáveis técnicas mais firmes e grandes ganhos no real, apesar dos futuros do arábica terem recuado um pouco à medida que o real voltou a ficar mais baixo em relação ao dólar americano", reportou a agência de notícias Reuters nesta quinta.
Às 15h29, o dólar comercial subia 0,22%, cotado a R$ 3,1181 na venda, depois de ter caído 1,83% na véspera, diante de um fluxo pontual de compra e repercutindo a sinalização do Fed (Federal Reserve), banco central dos Estados Unidos, de que não haverá altas adicionais de juros no país. As oscilações no câmbio impactam diretamente as exportações da commodity.
As exportações dos cafés do Brasil no ano-safra 2016/2017, totalizaram 23,02 milhões de sacas de 60 kg com receita cambial de US$ 3,94 bilhões de receita cambial, ao preço médio de US$ l71,19 a saca. As informações são do Cecafé (Conselho do Exportadores de Café do Brasil).
O Rabobank, um dos maiores bancos especializados em commodities do mundo, reportou que a safra 2017/18 de café arábica do Brasil deve totalizar 36,7 milhões de sacas de 60 kg, ante 42 milhões de sacas em 2016. "Com uma perspectiva menor para o arábica neste ano e com as expectativas de que o real (brasileiro) permaneça estável, nos sentimos confortáveis com uma previsão de preços para o primeiro semestre de 2017 acima do mercado atual", disse em relatório o analista sênior de commodity do Rabobank, Carlos Mera.
Nos últimos dias, o mercado do café arábica tem oscilado sem muitas novidades e na sessão desta quinta não foi diferente, apesar do campo positivo prevalecer. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado, "falta novidade para o mercado".
Além disso, a demanda dos torrefadores não tem sido forte, embora vários deles estejam comprando futuros para corrigir os diferenciais de compras feitos anteriormente.
Mercado interno
Os negócios com café nas praças de comercialização do Brasil seguiram lentos no dia. Os preços ofertados pelo café no país estão descolados do desejo de produtor e ocorrem apenas transações isoladas. "O dia foi de poucos negócios. Dá a impressão de que nem os R$ 500,00 agrada o produtor", disse o coordenador de mercado do café da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), Edson Mendonça.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Espírito Santo do Pinhal (MG) com R$ 530,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com R$ 510,00 a saca e baixa de 1,92%.
O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com 543,00 a saca – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Franca (SP) que teve queda de 3,85% e saca a R$ 500,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação nas cidades de Araguari (MG) (estável), Espírito Santo do Pinhal (SP) (+2,04%) e Média Rio Grande de Sul (estável), ambas com R$ 500,00 a saca. A maior oscilação no dia ocorreu em Varginha (MG) com alta de 2,06% e saca a R$ 495,00.
Na quarta-feira (15), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 488,66 com queda de 0,39%.