Café: Bolsa de Nova York cai cerca de 50 pts nesta 5ª em mais uma sessão de ampla volatilidade
Após operar em ampla oscilação pela segunda sessão consecutiva, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam o pregão desta quinta-feira (2) com queda próxima de 50 pontos acompanhando o câmbio e em realização de lucros. Apesar da baixa, os lotes mais próximos da variedade conseguiram se manter acima do patamar de US$ 1,40 por libra-peso.
O vencimento março/17 fechou a sessão de hoje cotado a 142,20 cents/lb com 45 pontos de queda, o maio/17, referência de mercado, anotou 144,35 cents/lb com desvalorização de 45 pontos. Já o contrato julho/17 encerrou o dia cotado a 146,70 cents/lb com recuo de 45 pontos e o setembro/17, mais distante, também caiu 45 pontos, a 149,00 cents/lb. Essa é a primeira sessão de queda após duas baixas seguidas.
Acompanhando a valorização da véspera, os preços externos do grão até chegaram a operar em alta durante o dia. Mas o câmbio, que impacta diretamente nas exportações, e movimentos técnicos prevaleceram na sessão e ditaram o fechamento negativo no mercado. "As bolsas para o café de Nova York e Londres operam em baixa em realizações de lucros e ajustes técnicos", disse durante o dia o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, em seu boletim diário Dia a Dia no Campo.
O dólar comercial abriu a sessão desta quinta já em alta ante o real, de olho na divisa no exterior e ainda na expectativa de que o Fed (Federal Reserve), banco central dos Estados Unidos, pode elevar os juros do país em breve. Às 14h50, o dólar avançava 1,38%, cotado a R$ 3,136 na venda. As oscilações da divisa impactam diretamente as exportações da commodity e tendem a influenciam nos preços.
Apesar de não pesar sobre os preços no dia, o clima nas principais origens produtoras segue no radar dos operadores. De acordo com mapas climáticos, as fortes chuvas concentradas em Minas Gerais também passam a acontecer em áreas produtoras de São Paulo e Paraná. Os níveis de precipitação podem ficar entre 10 e 50 milímetros até sexta-feira.
Além disso, com a proximidade da entrada da safra do Brasil no mercado global, analistas já comentam que o abastecimento pode impactar os preços. Mas ainda não há consenso. "Problemas de abastecimento tanto no curto prazo (Vietnã) e no longo prazo (Brasil) deveriam ajudar o mercado a manter-se equilibrado e buscar um movimento de recuperação", disseram à Bloomberg Terry Roggensack e David Hightower, fundadores da The Hightower Report.
Por outro lado, o BMI tem uma visão baixista para o mercado. "Prevemos que o mercado global de café será melhor abastecido nos próximos meses, à medida que a oferta asiática repercute", disse em relatório a BMI Research.
Mercado interno
Os negócios com café seguem lentos nas praças de comercialização do Brasil, ainda que os preços estejam em cerca de R$ 500,00 a saca de 60 kg nos tipos mais negociados. A parada para o Carnaval nesta semana contribuiu ainda mais para a retração vendedora.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 550,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com R$ 541,00 a saca e alta de 2,27%.
O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com 546,00 a saca – estável. A oscilação mais expressiva no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com avanço de 3,92% e saca a R$ 530,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia nas cidades de Espírito Santo do Pinhal (SP) (+ 2,00%), Média Rio Grande do Sul (- 0,97%) e Oeste da Bahia (estável), ambas com R$ 510,00 a saca. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com avanço de 4,00% e saca a R$ 520,00.
Na quarta-feira (1º), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 492,64 com queda de 2,40%.