Café: Bolsa de Nova York reage e sobe 250 pts nesta 4ª após testar queda de quase 300 pts na sessão
Após caírem forte mais cedo, os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quarta-feira (1º) com alta próxima de 250 pontos e voltaram a ficar acima do patamar de US$ 1,40 por libra-peso. O mercado chegou a recuar no dia diante do otimismo com a safra do Brasil e o câmbio, mas passou a subir em ajustes técnicos depois de o vencimento maio/17 operar abaixo de US$ 1,40/lb.
O vencimento março/17 fechou a sessão de hoje cotado a 142,65 cents/lb com 195 pontos de alta, o maio/17, referência de mercado, anotou 145,20 cents/lb com valorização de 260 pontos. Já o contrato julho/17 encerrou o dia cotado a 147,45 cents/lb com avanço de 255 pontos e o setembro/17, mais distante, subiu 225 pontos, a 149,45 cents/lb. Essa é a segunda sessão seguida de alta após a queda de mais de 500 pontos na segunda-feira (27).
"Entre a mínima do dia 139,35 cents/lb (baixa de 295 pontos) e a máxima 145,50 cents/lb (alta de 290 pontos), a oscilação foi de 595 pontos. Com a alta de hoje, as cotações recuperaram boa parte das perdas verificadas no pregão de última segunda. Sem fundamentos novos, as cotações vêm oscilando tecnicamente sendo que o suporte 140,00 cents/lb a ser testado e rompido no dia de hoje foi preservado", disse em relatório o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.
O mercado também acompanhou durante o dia, quando estava em baixa, o câmbio e as informações sobre o clima no Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo. Na terça-feira (28), o analista de mercado Jack Scoville, da Price Futures Group, apontou que os futuros do café trabalhavam fundamentados na leve recuperação do dólar frente ao real. Ele também apontou que as áreas de café arábica apresentam melhores níveis de chuvas e que um bom nível de produção é esperado, embora o estado do Espírito Santo ainda enfrente uma seca severa.
De acordo com mapas climáticos, as fortes chuvas concentradas em Minas Gerais também passam a acontecer em áreas produtoras de São Paulo e Paraná. Os níveis de precipitação podem ficar entre 10 e 50 milímetros até sexta-feira.
"Prevemos que o mercado global de café será melhor abastecido nos próximos meses, à medida que a oferta asiática repercute", disse em relatório a BMI Research, afirmando sua visão baixista no curto prazo.
O dólar comercial fechou a sessão desta quarta abaixo de R$ 3,10 em ajustes após a volta do Carnaval. A moeda norte-americana recuou 0,65% na sessão de hoje, cotado a R$ 3,0932, após testar na sexta-feira (24) o maior avanço desde 1º de dezembro de 2016 (2,4%). As oscilações da divisa impactam diretamente as exportações da commodity e, consequentemente, nos preços.
Mercado interno
Os negócios com café seguem isolados nas praças de comercialização do Brasil ainda mais com a volta do Carnaval. Algumas cooperativas, inclusive, não funcionaram na manhã desta quarta-feira. Em relação aos preços, os tipos mais negociados do grão seguem em cerca de R$ 500,00 a saca.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 550,00 a saca e queda de 1,79%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Guaxupé(MG) com R$ 523,00 a saca e recuo de 2,24%.
O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com 510,00 a saca e queda de 2,86%. Foi a oscilação mais expressiva no dia dentre as praças. Guaxupé (MG), que tinha maior preço nos últimos dias, não teve cotação divulgada nesta quarta.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia na Média Rio Grande do Sul com R$ 515,00 a saca e queda de 1,90%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Patrocínio (MG) e Franca (SP), ambas com R$ 500,00 a saca e queda de 3,85%.
Na sexta-feira (24), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 504,73 com queda de 1,05%.