Café: Cotações do arábica caem 100 pts em NY na sessão desta 5ª feira e maio/17 fica abaixo de US$ 1,50/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quinta-feira (23) com queda próxima de 100 pontos e estenderam as perdas registradas na véspera ainda em ajustes técnicos e realização de lucros sendo registradas após o mercado testar o patamar de US$ 1,55 por libra-peso. O maio/17, referência de mercado, já está abaixo de US$ 1,50/lb. Os preços externos do grão até chegaram a registrar alta durante o dia acompanhando o câmbio e informações sobre o clima no cinturão produtivo do Brasil, porém o campo negativo acabou prevalecendo.
O vencimento março/17 fechou a sessão de hoje cotado a 147,85 cents/lb com 135 pontos de baixa, o maio/17 anotou 149,95 cents/lb com desvalorização de 95 pontos. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia cotado a 152,20 cents/lb com recuo de 100 pontos e o setembro/17, mais distante, também caiu 100 pontos, a 154,43 cents/lb. Essa é a segunda sessão consecutiva de baixa nas cotações.
"Os contratos futuros do arábica negociadoas na ICE fecharam novamente em baixa nesta quinta-feira, em uma sessão sem maiores novidades. As cotações não estão conseguindo forças para se deslocarem acima dos US$ 150,00 cents/lb", disse em relatório o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.
Pela manhã, as cotações do arábica chegaram a subir e recuperavam parte das perdas de quarta-feira (22) de olho no câmbio e informações sobre o clima no Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo.
O dólar comercial, que chegou a dar suporte aos preços externos do grão no dia, fechou a sessão desta quinta com queda de 0,46%, cotado a R$ 3,0565 na venda, ainda à espera do Fed (Federal Reserve), banco central dos Estados Unidos, em uma definição sobre aumento na taxa de juros do país. É a menor cotação desde 21 de maio de 2015. As oscilações do dólar impactam diretamente nas exportações da commodity e consequentemente nos preços do grão.
"Além de o mercado achar que o Fed não deve subir o juro agora em março, o BC brasileiro cortou a Selic, o que ajuda a impulsionar a economia e deixa investidores satisfeitos", comentou à Reuters o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.
Após as condições climáticas mais secas e de altas temperaturas darem suporte ao mercado do café nos últimos dias, segundo mapas climáticos de institutos brasileiros, chuvas fortes e generalizadas devem retornar às áreas produtoras do Brasil nos próximos dias. O NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), dos Estados Unidos, por exemplo, aponta precipitações acumuladas entre 30 e 50 milímetros no Paraná, São Paulo, Cerrado e Sul de Minas Gerais até segunda-feira.
Mercado interno
As cotações do café arábica seguiram próximas do patamar de R$ 500,00 a saca nesta quinta, mas ainda assim os negócios seguem lentos nas principais praças de comercialização do país.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Guaxupé (MG) com R$ 555,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com R$ 525,00 a saca e avanço de 0,96%.
O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com 544,00 a saca – estável. A oscilação mais expressiva no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) que teve desvalorização de 0,93% e saca a R$ 535,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia em Franca (SP) (-1,87%) e Média Rio Grande do Sul (estável), ambas com saca a R$ 525,00. Franca (SP) teve a maior oscilação no dia.
Na quarta-feira (22), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 510,67 com alta de 0,02%.