Café: Após altas e baixas, NY encerra sessão desta 4ª com leve alta e março/17 fica acima de US$ 1,40/lb

Publicado em 08/02/2017 16:46

O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerrou uma sequência de duas quedas consecutivas nesta quarta-feira (8) registrando leve alta nos principais vencimentos. O mercado trabalha sem novidades fundamentais e oscilando com base em indicadores gráficos. As oscilações de alta e baixa durante o dia também refletem as especulações do mercado financeiro em relação ao posto de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos, cujo significado ainda é incerto para as commodities agrícolas.

O avanço registrado impediu que o vencimento março/17, referência de mercado, ficasse abaixo de US$ 1,40/lb, fechando a sessão de hoje a 142,90 cents/lb com 30 pontos de alta, o maio/17 anotou 145,30 cents/lb com valorização de 25 pontos. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia cotado a 147,60 cents/lb com avanço de 15 pontos e o setembro/17, mais distante, teve ganhos de 10 pontos a 149,85 cents/lb.

De acordo com o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado, o mercado trabalha em cima dos fundamentos técnicos, com um exercício de opções com vencimento para o próximo dia 10 e um volume expressivo para a posição março. O efeito Trump também faz com que os investidores fiquem distantes dos mercados considerados menos seguros, como as commodities.

Os preços, que giram na casa dos 140 cents/lb em Nova York, não se relacionam no momento com outros fundamentos, como a falta de grande volume de estoque disponível e uma safra em 2017 menor do que em 2016. Os fundamentos são positivos, logo, os números em Nova York "estão defasados", como destaca o analista.

Também para o presidente da Cooxupé (Cooperativa Regional do Cafeicultores de Guaxupé), maior do mundo, Carlos Paulino, os preços do café deveriam estar mais altos do que os patamares registrados no momento diante da expectativa de safra mais baixa neste ano. A entidade estima que a produção no Brasil ficará entre 43 milhões e 47 milhões de sacas de 60 kg. O número é parecido com o da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) que aponta colheita entre 43,65 e 47,51 milhões de sacas no país.

» Cooxupé acredita que preços do café poderiam estar mais altos diante da perspectiva de queda na safra em 2017

De acordo com mapas climáticos dos principais institutos meteorológicos do Brasil, a chuva deve diminuir nos próximos dias nas áreas produtoras de café do Brasil, após volumes de chuvas expressivos nos últimos dias. São esperados acumulados de até 20 milímetros. As precipitações chegam ao Espírito Santo, Zona da Mata de Minas Gerais e Bahia.

A corretora Marex Spectron estimou nesta quarta-feira à agência de notícias Reuters que a safra global de café terá um déficit de 3 milhões de sacas devido à queda na produção do Brasil, o principal produtor global. A produção mundial cairá para 152,6 milhões de sacas, ante 153,5 milhões em 2016/17.

» Marex estima déficit global de café de 3 mi sacas em 2017/18

Mercado interno

O mercado físico do café segue as oscilações externas, mas ainda acontecem poucos negócios nas principais praças de comercialização do país. Na região de Patos de Minas (MG), onde está baseado o analista Anilton Machado, praticamente não há negócios, com preços em torno de R$ 520,00 a saca. Alguns negócios isolados ocorrem ocasionalmente, mas as duas pontas, compradora e vendedora, estão estagnadas.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 550,00 a saca - estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com recuo de 2,76% e saca a R$ 529,00.

O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com 541,00 a saca - estável. A oscilação mais expressiva no dia ocorreu em Varginha (MG) com alta de 0,97% e saca a R$ 520,00.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 520,00 a saca - estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Vitória (ES) com alta de 3,03% e saca a R$ 480,00.

Na terça-feira (7), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 503,76 com queda de 0,82%.

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Por: Jhonatas Simião // Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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