Café: Semana inicia com boas altas na Bolsa de Nova York e alguns vencimentos já estão acima de US$ 1,60/lb

Publicado em 23/01/2017 16:42

A semana começou com boas altas no mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) com os principais vencimentos registrando ganhos de cerca de 200 pontos. Durante a sessão, o mercado teve suporte do câmbio – que impacta diretamente nas exportações da commodity –, mas também repercutiu a retomada dos fundos de investimento. Os operadores no terminal externo seguem atentos às informações sobre o clima no Brasil.

Diante desse avanço que dá sequência aos ganhos acumulados da semana passada, alguns vencimentos da variedade já estão acima do patamar de US$ 1,60 por libra-peso. O contrato março/17 registrou na sessão 155,40 cents/lb com 220 pontos de alta, o maio/17 anotou 157,80 cents/lb com 220 pontos de valorização. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia negociado a 160,10 cents/lb com 220 pontos de alta e o setembro/17, mais distante, também avançou 220 pontos, cotado a 162,30 cents/lb.

Para o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado, diante dessas variáveis altistas e dos fundamentos do mercado, os preços externos do café arábica devem continuar firmes. "Eu vejo que o mercado tem força para se manter acima de US$ 1,60/lb, portanto a expectativa é de preços firmes. Há uma retomada do interesse de compra dos fundos especuladores, o câmbio também contribui para os ganhos e os fundamentos se mantêm firmes", explica.

Seguindo o exterior, após o discurso do presidente eleito dos Estados Unidos, Donlado Trump, o dólar comercial fechou em baixa pelo terceiro pregão consecutivo nesta segunda. A moeda estrangeira recuou 0,43, cotado a R$ 3,1688 na venda. É o menor nível de fechamento desde 8 de novembro. A moeda estrangeira mais baixa que o real tende a desencorajar as exportações da commodity e faz com que os preços externos do grão avancem. O Brasil é o maior produtor e exportador da commodity no mundo.

Além do câmbio e da atuação dos fundos, os operadores no terminal externo também seguem atentos às informações sobre o clima no cinturão produtivo do Brasil. A semana começou com bons volumes de chuva nos estados do Paraná e São Paulo, também há previsão de instabilidades em algumas áreas do sul de Minas Gerais e Triângulo Mineiro. Na Bahia, Espírito Santo e leste de Minas Gerais, o tempo deve continuar seco e quente por pelo menos cinco dias.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou na semana passada que a safra desse ano do Brasil deve ficar entre 43,65 e 47,51 milhões de sacas de 60 kg do produto beneficiado, somadas as espécies arábica e conilon (robusta). Os números são do primeiro levantamento da safra atual e representam uma redução entre 15 e 7,5%, quando comparado com a produção de 51,37 milhões de sacas do ciclo anterior.

Mercado interno

Os negócios com café nas praças de comercialização do Brasil estão isolados. O produtor segue reticente à venda pelos atuais patamares apesar da saca estar acima de R$ 500,00 a saca. "Impulsionados pela valorização no mercado externo, os preços internos do café arábica reagiram", reportou na semana passada o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP). Os produtores esperam patamares ainda maiores.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Poços de Caldas (MG) com R$ 610,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Guaxupé (MG) com avanço de 1,74% e saca a R$ 585,00.

O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com 593,00 a saca e valorização de 1,72%. A maior variação no dia dentre as praças aconteceu em Franca (SP) com alta de 1,75% e saca a R$ 580,00.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia em Franca (SP)  com saca a R$ 560,00 e alta de 1,82%. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Guaxupé (MG) que teve avanço de 1,87% e saca a R$ 546,00.

Na sexta-feira (20), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 525,37 com alta de 0,65%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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